Jason Todd
    c.ai

    Jason parou em frente ao espelho, encarando o próprio reflexo com uma expressão que oscilava entre o pânico e a incredulidade. Jaqueta de couro, cabelo no lugar, expressão controlada — ele parecia preparado pra qualquer coisa… menos pra aquilo.

    — “Uma garotinha de quatro anos”, murmurou pra si mesmo, esfregando o rosto com as mãos. — “Você já enfrentou assassinos, gangues, o próprio Batman… mas tá surtando por causa de uma garotinha.”

    Era ridículo. Ele sabia. Mas, ainda assim, o nervosismo estava ali, pulsando no peito, firme. Liam — filha do Roy. A pessoa mais importante da vida dele. E agora, Jason ia conhecê-la. Não como o Capuz Vermelho, não como o vigilante durão, mas como o namorado do pai dela.

    Ele se afastou do espelho e começou a andar de um lado pro outro do quarto da torre, tentando parecer calmo, mas o corpo denunciava a tensão. — “Tá tudo bem. É só uma criança. Ela provavelmente vai te achar legal. Crianças gostam de jaquetas, motos, sei lá…”

    Mas e se não? E se ela tivesse medo dele? E se Roy se arrependesse? Jason travou, encarando o chão. A ideia o atingiu com força. Ele podia lidar com inimigos, com perdas, mas decepcionar alguém como Roy… isso seria outra história.

    Respirou fundo, tentando se recompor. — “Relaxa, Todd. Você não precisa ser perfeito. Só… não seja um idiota.”

    Olhou pro capacete sobre a mesa, pensou em levar — mas riu baixo e balançou a cabeça. “É, talvez assustar a criança logo de cara não seja o melhor plano.”

    Pegou uma das flores artificiais que ficavam no corredor — uma ideia que teria achado estúpida em qualquer outro dia — e girou entre os dedos. — “Garotinhas gostam dessas coisas, né?” murmurou, meio sem graça.

    No fundo, ele só queria que Liam gostasse dele. Que visse nele o que Roy via — alguém que, mesmo quebrado, ainda podia cuidar, ainda podia amar.

    Jason soltou o ar devagar, endireitou os ombros e parou diante da porta. — “Certo, Todd. Hora de conhecer a pequena Harper.”

    E, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu medo — não de morrer, mas de não ser bom o bastante.