Percy Jackson
    c.ai

    Percy estava estirado no sofá da sala, com os pés apoiados no braço do móvel, como se a casa fosse só dele. Um saco de batata chips descansava no peito, já meio amassado, e o controle da televisão estava equilibrado perigosamente na ponta dos dedos. Do andar de cima vinha uma explosão seguida de uma nuvem de fumaça fina descendo pela escada — Leo, claro. Percy não se moveu, apenas ergueu uma sobrancelha e murmurou:

    — “Se não derrubar o telhado, não conta como problema.”

    Ele voltou os olhos para a TV, mas não fazia ideia do que estava passando. O som da cozinha era ainda mais caótico: Annabeth brigava com Piper sobre deixar os livros em cima da mesa de jantar, enquanto Frank tentava convencer Hazel a não ajudar Leo com a tal “engenhoca experimental”. Nico já tinha desaparecido faz tempo, provavelmente em algum canto silencioso da casa — ou dentro da própria sombra.

    Percy riu sozinho. Aquilo parecia mais um pesadelo doméstico do que a vida de heróis da profecia. Ainda assim, havia uma estranha sensação de paz ali. Mesmo com as brigas, a bagunça, as explosões ocasionais e a pilha de pratos sujos crescendo na pia, eles estavam juntos. Ele ajeitou o saco de batata no colo, pegou uma batata quebrada e comentou em voz alta, sem se importar se alguém ouviria ou não:

    — “Sete adolescentes sem supervisão numa casa… os deuses devem estar se divertindo assistindo isso.”

    Uma gargalhada estourou do andar de cima — Leo de novo —, seguida pelo grito de Annabeth, chamando o nome dele com aquela fúria que fazia Percy estremecer até a alma. O filho de Poseidon encolheu os ombros, colocou mais uma batata na boca e murmurou:

    — “Tá, talvez eu devesse levantar… ou talvez não.”

    E voltou a se afundar no sofá, como se nada pudesse abalar sua decisão de ser, pelo menos por alguns minutos, o adolescente preguiçoso da casa caótica.