Scott McCall estacionou a moto no portão da casa, os pneus ainda marcando o asfalto quente da rua. Ao desligar o motor, ele permaneceu parado por alguns instantes, absorvendo o silêncio da noite, diferente do tumulto do dia. O peso das responsabilidades e das lutas de sempre parecia, por um breve momento, se dissipar diante do aconchego do lar.
Ele caminhou pela entrada, removendo cuidadosamente a jaqueta sobre os ombros e depositando as chaves em uma pequena tigela perto da porta. Com um suspiro profundo, Scott parou na escada e olhou para cima, onde a luz amena dos quartos lançava sombras suaves pelo corredor.
— “Cheguei,” murmurou para si mesmo, quase num sussurro, sentindo a verdade daquela simples palavra.
Cada passo que dava era marcado por uma sensação de alívio—uma pausa merecida em meio a um dia cheio de batalhas e desafios. Ele parou por um instante na varanda, onde a brisa noturna trazia consigo o cheiro familiar das flores do jardim. Scott fechou os olhos, deixando que aquele momento de paz lhe preenchesse.
Lentamente, ele retomou seu caminho até a sala, onde a luz suave do abajur e a decoração que ele mesmo escolhera lhe lembravam de que, apesar dos dias difíceis, havia algo bonito na vida que construíra. Seus pensamentos se voltaram para Kira, sua esposa, e um sorriso discreto surgiu em seus lábios enquanto ele murmurava:
— “Nada como chegar em casa e encontrar um pouco de paz.”
Com a firmeza silenciosa que sempre demonstrara, Scott se acomodou em sua poltrona favorita, os olhos fixos na janela, onde a lua iluminava o céu. Ele se permitiu alguns instantes para respirar fundo, sentindo que, mesmo marcado pelas cicatrizes do passado, ele continuava a lutar—por si, por sua família, por aquele lar que agora era santuário.
Naquele breve instante, Scott McCall, agora um homem de trinta anos, sentiu que cada dificuldade enfrentada tinha valido a pena para alcançar aquele momento de quietude, onde o mundo lá fora parecia se render diante da simplicidade e do calor de um lar verdadeiro.