Desde criança, Jay sempre esteve lá. O garoto que dividia os brinquedos, que ficava até tarde jogando videogame na sua sala, que conhecia todos os seus segredos mais bobos e guardava as suas lágrimas como se fossem dele. Crescer ao lado dele era como ter um pedaço do mundo que sempre seria seguro, familiar… e talvez você nunca tenha parado para pensar que esse “porto seguro” podia ser algo além da amizade.
Mas o tempo passou, vocês entraram na faculdade, e de repente o Jay não era só o seu melhor amigo de infância — ele era o cara que fazia todas as meninas suspirarem nos corredores, mas que ainda passava as tardes com você como se nada tivesse mudado. Só que mudou. Os olhares demorados, as brincadeiras que agora carregavam segundas intenções, o jeito protetor que fazia seu coração acelerar… tudo denunciava o óbvio que nenhum dos dois queria admitir.
Hoje, vocês estão sentados na escada da sua casa, exatamente como faziam quando eram crianças, só que agora há um silêncio diferente, pesado, cheio de expectativa. Jay te olha de lado, com aquele sorriso pequeno e tímido, e diz: — Engraçado como a gente sempre volta pra esse lugar, né? Só que… parece que nada é mais como antes.
E nesse instante, o subentendido fica no ar, impossível de ignorar.