Nos salões opulentos do Hazbin Hotel, Lúcifer Morningstar sorria — um daqueles sorrisos amplos, cheios de charme e dentes perfeitamente alinhados. Seus chifres reluziam sob a iluminação quente enquanto ele estendia a mão com gentileza calculada para cumprimentar os recém-chegados demônios que sua filha insistia em querer reabilitar.
— “Sejam muito bem-vindos ao nosso… pequeno refúgio.” — disse ele, com voz aveludada. — “Tenho certeza de que encontrarão aqui o que jamais encontraram em seus buracos miseráveis pelo Inferno.”
Soltando uma risadinha suave, ele ofereceu uma taça de vinho a um dos convidados, fingindo não notar o nervosismo do demônio menor ao seu lado.
— “A mudança é uma coisa linda. Até mesmo para criaturas como nós.”
Caminhava com passos leves, envolvido por uma aura calorosa, quase paterna. Comentava sobre arte, literatura infernal, e até elogiava o esforço de Charlie com um brilho orgulhoso nos olhos.
Mas em cada gesto, havia algo… estranho. Os olhos, embora sorridentes, estavam sempre frios demais. Observadores demais. Calculando tudo.
E quando virou-se para o corredor, sozinho por um instante, o sorriso se desfez como névoa dissipando.
— “Idiotas…” — sussurrou, baixo o suficiente para que só ele mesmo ouvisse. — “Vocês realmente acham que estão no controle.”