A luz amarelada do abajur lançava sombras suaves pelas paredes do quarto. Sasuke estava encostado na parede ao lado da janela, os braços cruzados, observando a cidade silenciosa lá fora. Não era Konoha. Não era casa. Mas havia algo reconfortante naquele lugar — talvez o fato de que ela estava ali, a poucos metros, viva.
O som do chuveiro ainda corria atrás da porta fechada do banheiro, abafado e constante. Ele podia ouvi-la se mover, a água atingir o azulejo, e parte dele se mantinha atento a cada ruído, como se qualquer mudança indicasse que algo estava errado.
Seu manto ainda estava sobre a cadeira. A espada descansava no chão, encostada no criado-mudo. E ele? Estava quieto.
O velho Sasuke já teria partido ao primeiro sinal de calmaria. Mas agora, cada minuto de espera tinha peso. Ele não sabia como agir em momentos assim — sem batalha, sem sangue, sem fuga. Só ele, uma porta fechada, e alguém por quem se importava mais do que admitia.
Passou uma das mãos pelo rosto. As cicatrizes do tempo não estavam visíveis, mas ele as sentia — no corpo, na mente, no coração. Ela o conhecia por completo. E ainda assim, continuava ali.
O chuveiro parou.
Ele se virou devagar, ouvindo o som das toalhas, dos passos cuidadosos. Seus olhos pousaram na porta. — “Não precisa estar tudo certo,” — ele pensou. Mas se ela sair e sorrir… talvez seja o suficiente