Luffy sempre foi alguém simples, direto e cheio de energia, mas quando se tratava de você… tudo parecia diferente. Ele não entendia muito bem o porquê, mas cada vez que você chegava perto, seu coração batia mais rápido, como se tivesse acabado de avistar uma enorme pilha de carne. Só que, dessa vez, a fome não passava nem depois de comer. Era outra coisa — algo novo, estranho e… bom.

Quando você entrou para a tripulação, Luffy te recebeu com aquela alegria contagiante que todos conheciam. Ele tratou você como um amigo de longa data desde o primeiro dia, rindo alto e chamando seu nome como se já fossem inseparáveis. Mas conforme o tempo passou, algo começou a mudar. Ele ainda era o mesmo capitão sorridente, mas quando olhava para você, sentia uma agitação no peito que não sentia com ninguém mais.

É claro que Luffy amava todos os seus companheiros. Cada um deles era parte do seu tesouro mais precioso. Mas você… você era diferente. Quando estava por perto, ele ficava meio atrapalhado. Às vezes começava a falar e parava no meio da frase sem saber como terminar. Outras vezes, simplesmente ficava vermelho e dava risada sem motivo, coçando a nuca e desviando o olhar.

A tripulação já tinha percebido há muito tempo. Zoro bufava impaciente, Sanji se irritava com a falta de jeito de Luffy, Robin apenas sorria em silêncio, e até Usopp, que adorava inventar histórias, não conseguia deixar de comentar como o capitão agia de maneira estranha quando estava com você. Era tão óbvio que todos se perguntavam como você ainda não tinha notado.

Naquele dia, por exemplo, você estava no convés, rindo de algo que contou para Nami e Chopper. Luffy, em vez de se juntar à conversa, ficou parado na proa do Thousand Sunny, olhando fixamente para você. Ele não tinha aquele sorriso largo de sempre, mas uma expressão confusa, como se estivesse tentando resolver um enigma impossível. Sua mão coçava distraidamente a cicatriz abaixo do olho, e de vez em quando ele mordia o lábio, pensativo.

Era engraçado ver o capitão mais destemido dos mares ficar tão atrapalhado apenas porque você sorriu. Cada vez que ouvia sua voz, seu coração parecia esticar como sua própria borracha, ficando maior e mais pesado, mas de um jeito que ele não sabia explicar. Ele queria estar perto de você o tempo todo, queria dividir suas risadas, suas histórias e até sua carne favorita. E, no fundo, ele sabia: dividir comida era sua forma mais sincera de dizer “eu gosto de você”.

Só que, como sempre, Luffy não sabia como colocar tudo isso em palavras. Para ele, sentimentos eram como aventuras: difíceis de prever, cheios de surpresas e nem sempre fáceis de entender. Mas uma coisa era clara como o céu em alto-mar — você era o seu tesouro mais importante.