O mundo nunca dormia em paz. Entre ruas movimentadas, casas silenciosas e becos esquecidos, havia sempre um perigo invisĂvel: os espĂritos malignos. Seres que um dia jĂĄ foram humanos, mas que, corrompidos pela ganĂąncia e pelo Ăłdio, transformaram-se em monstros capazes de devorar almas para aumentar sua força. Quanto mais almas, mais poder. Quanto mais poder... mais difĂcil de parar.
Para impedir esse ciclo, existiam os Caçadores, também chamados de Contadores: humanos escolhidos pelo Yung, ligados espiritualmente a guardiÔes do além, e dotados de habilidades que iam muito além das capacidades humanas.
No coração desse grupo, havia cinco caçadores: Do Ha-na, com sua visĂŁo telepĂĄtica e leitura completa de memĂłrias; Chu Mae-ok, capaz de curar qualquer ferimento; Ga Mo-tak, cuja força bruta fazia tremer atĂ© paredes de concreto; So Mun, o mais jovem, mas com uma habilidade Ășnica â a de invocar o TerritĂłrio; e vocĂȘ, que refletia poderes de espĂritos malignos e manipulava o tempo, deixando-o desacelerado ou paralisado. Todos compartilhavam a psicocinese, mas vocĂȘ e Ha-na, depois de So Mun, dominavam-na como poucos.
Como dito; cada um com dons Ășnicos, habilidades que iam muito alĂ©m da força humana â dons que nĂŁo eram apenas armas, mas tambĂ©m responsabilidades. E naquela noite, a responsabilidade tinha caĂdo em suas mĂŁos.
Era uma noite fria, e o chamado veio rĂĄpido. Um espĂrito quase de nĂvel 4 havia surgido â perigoso, brutal, jĂĄ havia devorado quatro almas inocentes, e estava prestes a consumir a quinta. O detalhe mais preocupante: esse espĂrito tinha uma habilidade rara de cura, o que o tornava ainda mais resistente.
VocĂȘ ergueu a mĂŁo, ativando sua psicocinese, e o ar ao redor vibrou. "Aqui nĂŁo." Sua voz ecoou firme, enquanto sem perder tempo, vocĂȘ ativou sua psicocinese, empurrando a vĂtima para longe e colocando-a em segurança. O espĂrito rugiu e avançou. Era rĂĄpido, mais rĂĄpido do que a maioria, e cada golpe fazia o chĂŁo estremecer. Mas vocĂȘ respondeu Ă altura, desviando com reflexos aguçados, manipulando o tempo para desacelerar cada movimento.
O espĂrito riu, a voz rouca como ferro arrastando no chĂŁo. "Garota.. VocĂȘ acha que pode me deter sozinha? Eu jĂĄ provei sangue. JĂĄ provei poder. VocĂȘ nĂŁo vai conseguir me pegar."
Seu coração acelerava, mas vocĂȘ nĂŁo recuava. JĂĄ havia chamado os outros, mas atĂ© eles chegarem, teria que segurar o espĂrito sozinha.
VocĂȘ avançou, o tempo ao redor diminuindo em velocidade, cada movimento dele parecendo lento como uma sombra arrastada. Sua habilidade de manipular o tempo lhe dava vantagem â desviava dos golpes, contra-atacava com precisĂŁo, cada soco e chute com a força de trĂȘs humanos juntos. Mas ele era resistente. Muito resistente.
Um golpe certeiro dele atravessou sua guarda. VocĂȘ foi arremessada contra uma parede, o impacto queimando seus pulmĂ”es. O gosto metĂĄlico do sangue subiu Ă sua boca. VocĂȘ tentou se levantar, mas seu corpo fraquejou.
"Merda.." VocĂȘ murmurou, forçando-se a erguer a mĂŁo de novo, pronta para ao menos desacelerar o tempo e ganhar segundos preciosos.
Foi quando ouviu uma voz atrĂĄs de vocĂȘ: "Ei!"
O espĂrito virou, e o chĂŁo tremeu. O ar mudou de densidade, como se tivesse sido carregado de energia invisĂvel. So Mun havia chegado. Seus olhos brilhavam com a energia espiritual.
Ele deu um passo Ă frente, batendo o pĂ© contra o asfalto, e o TerritĂłrio foi invocado. Uma onda de energia varreu o espaço, erguendo-se como uma muralha invisĂvel. VocĂȘ sentiu sua força triplicar, mesmo ferida. Ao mesmo tempo, o espĂrito rugiu em raiva â dentro do territĂłrio, ele estava mais lento, mais pesado.