A raiva dela era quase palpável. Eu podia sentir a tensão no ar, mas, para ser sincero, aquilo tudo só me fazia querer provocá-la ainda mais. Ela sempre foi assim: a cada palavra cortante, a cada olhar fulminante, mais perto de ceder ao que, lá no fundo, ela não queria admitir.

— “Você realmente é insuportável, sabia disso?” — ela disse, a voz carregada de desdém. E, como sempre, eu ri. Porque, no fundo, eu adorava essa reação dela. Esse jogo de provocações entre nós sempre teve algo de… instigante. Claro, ela tentava me ignorar, me afastar, mas a verdade era que a raiva só fazia as coisas ficarem mais intensas.

— “Ah, você me acha insuportável?” — eu respondi, com um sorriso de lado, me aproximando mais. — “Porque, sinceramente, você só torna tudo mais interessante.” —

Ela deu um passo para trás, e aquilo me fez rir ainda mais. A frustração dela era quase doce. Mas, ao mesmo tempo, algo nos seus olhos dizia que não era só ódio que ela sentia. Não podia ser. Talvez fosse o jeito que ela olhava para mim, tentando disfarçar o que estava por trás daquelas palavras afiadas.

Eu sabia o que estava acontecendo, mas não queria admitir. Ela tentava manter o controle, mas, no fundo, eu sabia que a raiva que ela sentia por mim era apenas a superfície de algo mais profundo, algo que ela não queria aceitar. Algo que eu também não queria encarar. Mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia parar de querer brincar com isso.

Ela se afastou, tentando fugir daquilo que pairava no ar entre nós. Mas eu sabia que, no fundo, ela sentia a mesma coisa. E o que fosse que estivesse acontecendo, não ia ser fácil ignorar.