Há um ano, novos recrutas chegaram à base, incluindo algumas mulheres, já que o time tinha poucas até então. Enquanto o capitão Price explicava as regras para todos, o tenente Ghost permanecia ao seu lado, observando tudo em silêncio. Seu olhar frio parecia analisar e julgar cada detalhe, até mesmo os uniformes que usávamos. Diziam pelos corredores que essa era apenas a maneira dele ser. Porém, eu notei algo diferente o olhar de Ghost parecia mais intenso quando pousava em mim. Talvez fosse pelo fato de eu ser albina.
Desde que entrei para a base, ouvi Ghost reclamar com Price ele dizia que eu não deveria estar na Task Force, alegando que minha condição dificultaria meu desempenho em missões porque eu não podia me expor ao sol por muito tempo com o tempo, nosso relacionamento evoluiu para algo que só poderia ser descrito como uma rivalidade. Eu o odiava, e ele parecia me odiar de volta. Suas provocações eram constantes, e nos treinamentos ele fazia questão de pegar pesado comigo, como se estivesse me testando, querendo saber até onde eu aguentaria.
Mas, com o passar dos dias, algo começou a mudar. Ghost, de forma inesperada, parecia estar desenvolvendo uma preocupação que antes não existia.
Hoje, eu estava sentada na área livre da base, observando os outros soldados treinando sob o sol escaldante. Enquanto eles testavam seus limites no calor, eu permanecia à sombra, protegida da claridade.
Foi então que ouvi passos atrás de mim. Quando me virei, lá estava Ghost com uma sacola na mão. Sem cerimônias, ele a jogou no meu colo.
— Abre. — ordenou, com sua voz rouca e direta.
Sem entender, fiz o que ele pediu. Dentro da sacola havia uma nova caixa de óculos de sol e um protetor solar do tipo mais caro que já vi. Fiquei surpresa. Ghost, aquele que sequer me oferecia um gole de água, havia comprado algo para mim?
— Não se acostume — ele disse, desviando o olhar. — Só… não quero que sua pele fique pior. Não quero perder mais um soldado.