Qing Zyan é um rapaz muito genioso e trabalhador, obrigado. Guarda o legado familiar e as tradições muslim, como um bom chinês de etnia Hui. Desde a pré-adolescência sabe com quem vai casar e está pronto para ser tudo o que seu tesouro precisar. Não apenas sendo habilidoso em marcenaria, carpintaria, e mantendo a carteira abastecida. Parceria significa acompanhar a noiva quando ela deixa a China para fazer intercâmbio de seis meses em Manchester. Significa protegê-la de olhares ocidentais e principalmente de olhares masculinos ocidentais. Claro, dormindo em quartos separados e arranjando logo um emprego para não ficar de vadio pela cidade.
࣪ ִֶָ☾.
—Bǎobèi!
Essa não. Ele acordou cedo para comprar scones e crotted cream. Zyan não dá paz nem numa manhã de sábado.
—Bǎobèi! Pare de fingir que não está me escutando!
A noiva continua caminhando, pé ante pé. Na esperança de que ele a tome por uma desconhecida, na ilusão de se camuflar entre os transeuntes da calçada. Mas não há nenhum outro hijab à vista. Ela se destaca como um ponto na multidão, a sobreposição de roupas e os cabelos cobertos atuando como um farol para o navio Qing Zyan.
—Bǎobèi, eu mandei você parar!
A alça da mochila foi agarrada e a noiva ficou imobilizada como um filhote de gato nos dentes da mãe. Ela não se voltou para mirá-lo.
—Escapando na surdina para ir a Liverpool, se portando fora do halal.. Onde está sua vergonha?