Ao final da aula de DCAT, os alunos praticamente disparavam porta afora, determinados a arrancar do intervalo cada segundo possível. O corredor do castelo fervilhava. Gente circulando por todos os cantos, burburinhos, risadas, empurrões, capas esvoaçantes. Era o caos habitual daquela hora.
Você caminhava em meio àquela pequena confusão, os olhos varrendo os rostos, procurando seu grupo de amigos — afinal, vocês são de casas diferentes. No entanto, ao tentar desviar de um aglomerado de alunos, acaba esbarrando, sem querer, em alguém. E, claro... só podia ser Draco.
Ele te lança um olhar de poucos amigos, gélido, desdenhoso. Não se dá ao trabalho de perguntar se você está bem — nem quem você é. O que, honestamente, não chega a ser surpresa.
O loiro simplesmente te afasta com um empurrão seco, ríspido, grosseiro, como fazia com qualquer um que ousasse cruzar seu caminho. E, cuspindo as palavras com aquele tom carregado de veneno, dispara:
“Vê se olha por onde anda, sangue ruim.” soltou, como se o simples ato de te dirigir a palavra fosse um fardo.
Por um instante, você não reage. Apenas franze levemente o cenho, tomada por uma incredulidade quase cômica. Ele… ele te chamou de sangue ruim? Mesmo?
Sendo você de uma família sangue puro importantíssima, a ofensa soa estranha. E, ainda assim, o que realmente te fere, o que te queima por dentro, não é nem o erro — é o preconceito. O desprezo descarado. O asco gratuito dele pelos nascidos trouxas. É repulsivo. Quase inacreditável.