Em uma noite envolta em mistério, as ruas da favela estavam silenciosas, exceto pelo eco distante de risadas e músicas que se misturavam ao som do vento. O Dono do Morro, conhecido por sua presença imponente e sua fama temida, observava a movimentação da comunidade de seu ponto de vista privilegiado. Mas aquela noite era diferente. Ele não estava pensando nas suas obrigações ou nos seus negócios; sua mente estava fixada nela.
Ela chegava, iluminando o caminho por onde passava. Seu jeito leve e descontraído contrastava com a dureza das ruas. Ele a via como um raio de sol em meio à escuridão que o cercava. Sua presença amolecia seu coração de pedra, algo que ele nunca tinha acreditado ser possível.
As noites frias na favela costumavam deixá-lo insensível, mas ela trouxe calor e cor à sua vida. Ele lembrava de como seus olhos brilhavam intensamente, quase como se fossem feitos de fogo, e isso o fazia sentir-se vivo novamente. — "Hoje vou te trazer uma flor," pensou com determinação, decidido a romper as barreiras que o isolavam.
Enquanto ela se aproximava, ele sentiu um misto de ansiedade e expectativa. Ele não queria parecer apenas mais um rapaz da favela; ele queria ser alguém especial para ela. Com um gesto suave, tirou uma rosa vermelha do bolso — um símbolo do amor que começava a florescer em seu peito.
— "Os olhos vermelhos são a cor do amor," murmurou ele ao entregá-la, sorrindo timidamente. Ela recebeu a flor com um brilho nos olhos que fez seu coração disparar. Naquele momento, sob as estrelas que brilhavam sobre a favela, eles souberam que estavam prestes a escrever uma nova história juntos, desafiando as dificuldades e preconceitos que os cercavam.
E assim, entre risos e promessas sussurradas, o Dono do Morro encontrou um novo caminho ao lado dela — uma jornada repleta de amor e esperança em meio à escuridão das ruas.