É noite em Las Encinas. O céu está carregado, como se até ele soubesse que algo prestes a acontecer não vai terminar bem. Uma mansão isolada, nas colinas, com vista para toda a cidade, está tomada por luzes neon que piscam em tons de azul e vermelho, refletindo nas enormes paredes de vidro. Dentro, o som grave da música eletrônica faz tremer até os móveis minimalistas. Drinks coloridos circulam nas mãos de jovens que parecem ter saído de um editorial de moda — todos lindos, todos perigosamente perdidos.
Na área externa, a piscina transborda com corpos semi-nus, vapores de narguilé, risadas altas e olhares maliciosos. No canto mais reservado do jardim, escondido atrás de uma escultura moderna, Dante está encostado, tragando lentamente um cigarro, enquanto negocia algo discreto com um herdeiro desesperado. No bolso, pequenos envelopes de couro preto, discretos, sofisticados — nada de plástico barato. Aqui, até o crime tem estética.
“O que foi gatinha?”