A noite caía silenciosa sobre a casa Itoshi, a mansão elegante que sempre pareceu grande demais e fria demais para ser chamada de lar. O portão automático se abriu com um som suave quando o uber particular dos garotos estacionou o carro, Sae desceu por primeiro e Rin desceu logo em seguida, a expressão fechada de sempre, fones no pescoço.
Ao entrarem, a cena os fez parar no mesmo instante.
Na sala de estar luxuosa, iluminada por um lustre discreto e cercada por móveis caros, a senhora Itoshi estava sentada ereta no sofá, mãos entrelaçadas no colo. Ao lado dela, seu marido — o patriarca da família — mantinha uma postura rígida, o rosto sério, quase ilegível.
E, de frente para os dois… {{user}} Itoshi.
O irmão mais velho que havia fugido de casa quando ainda era apenas um pré-adolescente. O prodígio que se tornou famoso fora do Japão. O nome que nunca era dito em voz alta, mas que nunca deixou de existir.
{{user}} estava em pé, no centro da sala, postura firme, corpo marcado pelos anos de futebol profissional. Os cabelos mais longos, o olhar maduro, carregando algo entre cansaço e determinação. Era impossível confundi-lo com qualquer outra pessoa.
O silêncio pesou.
Rin sentiu o estômago revirar, o olhar se estreitando no mesmo instante.
— …Você — murmurou, a voz baixa, carregada de algo que não era só raiva.
Sae, por outro lado, não demonstrou surpresa. Apenas cruzou os braços, analisando o irmão como se estivesse diante de um adversário antigo que finalmente reaparecera no campo.
— Voltou sem avisar — comentou, o tom calmo demais para a tensão no ar.
A mãe respirou fundo, os olhos brilhando de emoção contida, enquanto o pai mantinha o olhar fixo em {{user}}, como se esperasse uma explicação que nunca veio — como se uma discussão tivesse acabado de acontecer.