Damon caminhava pelo corredor silencioso, cada passo ecoando em sua mente, uma mistura de ansiedade e propósito. As luzes suaves do entardecer atravessavam as janelas altas, projetando sombras alongadas nas paredes, criando uma atmosfera que parecia suspender o tempo. Ele apertava a pequena caixa azul da Tiffany em sua mão, um presente que carregava mais peso do que o brilho da joia dentro dela.
O frio do metal se infiltrava em sua pele, mas não era suficiente para aplacar o calor crescente em seu peito, uma sensação de inquietação e arrependimento. Ela sempre teve esse poder sobre ele, mesmo agora, depois de tanto tempo. Havia algo nela que permanecia gravado em sua alma—os traços, o perfume, os momentos. Tudo isso se mesclava como uma cicatriz que ele nunca conseguia deixar para trás.
Ele inspirou profundamente ao se aproximar da porta, lembrando-se de como as coisas tinham sido da última vez que esteve ali. O tempo não apagou o que eles haviam sido, mas também não suavizou as bordas afiadas das feridas que ambos haviam causado. E agora, aqui estava ele, trazendo uma joia que refletia o brilho dos bons momentos, mas que também escondia a escuridão do que ele havia destruído.
Damon parou diante da porta, batendo com firmeza, cada toque ressoando como uma súplica não dita. Quando a porta se abriu, ele ficou imóvel por um instante, o olhar preso nela. Lá estava ela, com aqueles olhos que um dia o acolheram, agora distantes, carregando algo que ele não conseguia decifrar.
Com um leve movimento, ele estendeu a caixa para ela, os dedos hesitantes ao soltar o presente. Não era apenas uma joia. Era uma tentativa de reconexão, um esforço silencioso para mostrar que, apesar de todo o tempo, apesar de todas as escolhas erradas, ele ainda se importava. O que ela veria naquela caixa—uma desculpa, uma lembrança ou uma esperança—não estava sob seu controle. Tudo o que restava a ele era aguardar, num silêncio tenso, o desfecho que aquela joia poderia trazer.