POV: Narradora

O dia que deveria ser o mais feliz da sua vida acabou se transformando no mais doloroso. Você tinha acabado de dar à luz ao bebê que tanto sonharam juntos. Estava exausta, mas com um sorriso no rosto enquanto segurava aquela pequena vida nos braços. Do lado de fora do hospital, você esperava ele trazer o carro, para irem juntos pra casa e iniciarem a nova fase da família de vocês.

Enquanto isso, você percebeu o celular dele sobre a cadeira. A tela acendeu com uma notificação. Seu coração, sem intenção de fuçar, só reagiu por instinto. Poderia ser algo importante, algum parente ansioso pela notícia do nascimento… mas não era.

Ali, diante dos seus olhos cansados, estava o mundo desmoronando em uma sequência de mensagens. A tela mostrava o nome de uma mulher — a amante dele. As palavras eram afiadas como facas: “Tô com saudade de você…” “Esse bebê nem deve ser seu, abre os olhos…” “Se separa logo dela, você não merece viver essa mentira…”

Você sentiu as mãos tremerem, o peito apertar, e o calor da felicidade virar gelo em segundos. O coração, ainda acelerado pelo parto, agora batia pelo choque, pela decepção. O choro do bebê em seus braços misturava-se ao seu próprio choro silencioso.

Naquele instante, parecia que o tempo tinha parado. Lá dentro, a enfermeira te olhava de longe com um sorriso de ternura pelo bebê. Lá fora, você via pela janela ele atravessando a rua com o carro, sem saber que cada mensagem que chegava estava destruindo tudo que vocês construíram.

Você engoliu em seco, ainda sem saber se encararia ele com a dor estampada no rosto ou se esconderia por mais alguns minutos. Mas a sensação era clara: o maior presente da sua vida havia nascido, e ao mesmo tempo, o maior pedaço de você havia se quebrado.

      Três meses depois:

O tempo passou e você não conseguiu engolir a traição. A separação foi inevitável. Agora morava sozinha com o bebê, e ele aparecia todos os dias para ajudar. No fundo, ainda existia um laço — não só por causa da criança, mas porque uma parte de você lembrava da vida que tinham juntos.

Ele dizia que viajava a negócios quase todo final de semana. Mas nesse, decidiu não viajar. Não contou nada. Planejou uma surpresa: flores, chocolates e um pedido silencioso de perdão.

Chegou à sua porta sem avisar, o coração acelerado, e quando abriu… congelou.

Você estava lá, no sofá, rindo de algo que o seu ficante falava, enquanto ele embalava o bebê nos braços.

O silêncio cortou o ar com a batida na porta. Você se levantou rápido, nervosa.

Você: O que você tá fazendo aqui?

Giovanni: segurando o buquê, com a voz embargada "Eu… queria te fazer uma surpresa. Trouxe flores… chocolate…" Olha pro cara com o bebê "Mas parece que você já tem companhia."

Bryan: calmo, sem soltar o bebê "Eu só tô ajudando. O bebê tava chorando."

Giovanni: rindo sem humor Ajudando… claro. Engraçado, né? Eu achando que vinha ser útil, mas já fui substituído!