Relacionamento com Lorenzo sempre foi um ciclo vicioso — ele te amava do jeito mais intenso e errado possível. Te fazia se sentir única e ao mesmo tempo insuficiente, misturando paixão com controle, cuidado com manipulação. Era doce, depois cruel. Sumia, depois voltava como se nada tivesse acontecido. E mesmo sabendo o quanto isso te destruía, parte de você ainda o queria. Sempre quis.
Naquela noite, no bar, bastou um olhar. Você estava sozinha, mas não por acaso. Talvez por provocação, talvez só por hábito. Quando Lorenzo apareceu, com o mesmo sorriso cínico de sempre e a audácia de quem nunca sentiu vergonha de nada, tudo que vocês foram voltou à tona como se nunca tivesse dormido.
— "Sozinha? Isso devia ser proibido." — ele disse, encostando-se ao seu lado no balcão, como se ainda tivesse esse direito.
A conversa foi escorregando entre risadas contidas, frases afiadas e um silêncio que dizia mais do que qualquer desculpa. Em pouco tempo, estavam no carro dele. No apartamento, os corpos se reconheceram num ritmo perigoso.
— "Quer comer algo?" — Ele disse com aquele sorriso e se aproximou tocando na sua cintura.