A neve caía em flocos grossos, silenciando os arredores da mansão Han. {{user}} sentia o frio atravessar seu casaco enquanto observava, do lado de fora, as janelas altas da casa. A mansão parecia viva — ou assombrada. A cada passo, o ar tornava-se mais pesado, e a intuição gritava que algo ali dentro estava podre.

Mas ela entrou mesmo assim.

A porta da estufa cedeu com um rangido seco. Lá dentro, o calor abafado das plantas e a neblina dos vidros contrastavam com o frio cortante de fora. E então, ela sentiu. Um arrepio na nuca. Um vulto atrás dela. Virou-se rápido, mas era tarde. Ele estava ali, a poucos passos. Han Seo-jin.

Alto, envolto num sobretudo preto, os olhos escuros como vinho fechado a encarando com frieza e curiosidade.

— Você não tem o hábito de bater na porta? — a voz dele soou baixa, aveludada, mas com um toque ameaçador.

{{user}} tentou manter o controle, mesmo com o coração martelando no peito.

— E você não tem o hábito de explicar por que vive numa casa onde ninguém entra… mas alguns não saem?

Os olhos dele brilharam com um humor sombrio. Ele se aproximou, os passos suaves como os de um predador.

— Algumas portas devem permanecer trancadas. Algumas verdades não pedem para serem expostas.