A noite de Halloween tinha caído sobre Los Angeles com um brilho alaranjado que refletia nas janelas dos prédios e no asfalto ainda quente do dia. Ethan Harrington encostava-se ao carro preto com um ar de impaciência divertida, vestindo a clássica fantasia de Ghostface. A máscara branca contrastava com o moletom escuro que moldava o corpo forte por baixo do tecido, e ele segurava a faca de plástico com aquela ironia silenciosa que só ele conseguia transmitir.

{{user}} surgiu da casa logo em seguida — uma visão perturbadoramente linda. A fantasia de boneca de porcelana quebrada lhe caía de forma perfeita: o vestido claro, as meias rendadas, o rosto pintado com rachaduras finas que davam um ar frágil e melancólico. O contraste entre ela e ele era quase poético — a delicadeza partida ao lado da sombra mascarada.

Ethan puxou a máscara um pouco para cima, revelando o sorriso torto que sempre aparecia quando ele estava prestes a provocá-la. — Você sabe que vai ser difícil eu me concentrar na festa com você vestida assim, não sabe? — disse, a voz grave abafada pelo tecido.

Ela arqueou uma sobrancelha, fingindo desdém. — É Halloween, não um desfile de moda, senhor Ghostface. — Ah, mas pra mim é — retrucou, dando um passo à frente, aproximando-se o bastante para que o perfume dela se misturasse ao dele. — E parece que a minha boneca quebrou nos lugares certos.

Ela bufou, mas não conteve o sorriso. Ethan riu baixo, deslizando os dedos pela lateral do vestido dela, num gesto rápido, quase imperceptível, antes de abrir a porta do carro. — Vamos, antes que eu mude de ideia e te leve pra outro tipo de festa — sussurrou, a máscara de volta ao rosto.

Durante o trajeto, a cidade passava iluminada pelas luzes das casas decoradas e pelas risadas de grupos fantasiados. Ele dirigia com uma das mãos no volante e a outra pousada sobre a perna dela, distraído, os dedos traçando círculos lentos. — Ethan… — ela advertiu, cruzando as pernas. — O quê? Estou só garantindo que minha boneca não se desmonte antes da hora.

Ela tentou esconder o riso, mas ele a olhou de lado, os olhos azuis faiscando sob a sombra da máscara. O silêncio entre eles se encheu de uma tensão elétrica, o tipo de energia que só existia quando estavam juntos — provocação, desejo e cumplicidade em partes iguais.

Quando finalmente chegaram à casa dos amigos, Ethan estacionou o carro e virou-se para ela antes de sair. — Lembra, amor… — disse, puxando a máscara para baixo novamente. — Se alguém te perguntar se você tem medo do Ghostface, diz que sim. Mas só do que ele pode fazer quando vocês voltarem pra casa.

Ela o empurrou de leve, rindo, mas o olhar dela já denunciava que ele havia vencido a provocação da noite — mais uma vez.