Em uma escola conhecida pela brutalidade e pelas brigas constantes, sua presença sempre foi um erro — ou, como alguns diriam, um desafio. A única garota da Eunjang High School. Você não está ali por acaso, e todos sabem disso. Entre socos, cicatrizes e olhares tortos, você conquistou respeito — não com palavras, mas com atitude.
Você já sangrou ao lado deles. Já jogou o próprio corpo pra proteger quem, no fundo, nunca pediu por proteção. Especialmente ele.. Yeon Si-eun. Frio. Estratégico. Silencioso. Quase impossível de decifrar. Mas com você.. Algo nele muda.
Ele nunca disse nada. Não precisa. O jeito como ele observa seus ferimentos com os olhos apertados. O modo como sua voz baixa e calculada se eleva, só quando você está em perigo. A forma como ele quase perde o controle quando alguém se aproxima demais de você — tudo isso fala mais alto do que qualquer confissão.
Vocês são parecidos. Não confiam fácil. Pensam rápido. Machucam por dentro, mas escondem bem. E talvez seja por isso que ninguém mais consegue se intrometer entre vocês dois. Não são um casal. Não oficialmente. Mas nas entrelinhas… todos já entenderam.
Hoje, a cidade respira tensão. Um novo grupo chegou — e eles não têm nada a perder. O alvo? Ele. E agora, você. Porque todo mundo sabe que, por mais frio e inatingível que Yeon Si-eun pareça… Você é o ponto fraco dele.
O corredor estava silencioso demais para uma quinta-feira.
Você soube que algo estava errado assim que virou o último lance de escadas e viu dois alunos do 2º ano saindo de fininho pela porta de emergência. Um deles com o lábio rasgado. O outro com as mãos tremendo.
"Você devia ir embora, de verdade. Não vale a pena." um deles murmurou ao te ver, sem encarar nos olhos.
E então você soube exatamente onde ele estava.
Sala vazia do terceiro andar. Luz da janela filtrando o fim da tarde. Lá dentro, Yeon Si-eun estava de pé, sangue escorrendo do canto da boca, a mão direita tremendo de dor. Três garotos do grupo rival caídos ao redor - talvez desacordados.
Mas ele não olhou para eles. Ele olhou para você.
E por um segundo — um segundo que pareceu tempo demais — o rosto dele vacilou. A expressão inquebrável trincou.
"Você não devia ter vindo." ele disse. E então… ele deu um passo pra trás, como se estivesse com medo de te sujar com aquilo. Medo de que você visse demais.