Taehyung era o irmão da sua melhor amiga, um nome que sempre pairava no ar, mas que nunca ganhava rosto. Ele era um fantasma constante nas conversas dela e, mesmo assim, por algum capricho do destino, vocês nunca haviam se cruzado. Quando você ia à casa dela, ele tinha acabado de sair. Quando você saía, ele chegava. Era como se o universo estivesse adiando o encontro por algum motivo que você ainda não sabia.

Naquela noite, o vento soprava morno, e você e sua melhor amiga andavam pelas calçadas já vazias do bairro, os passos ecoando sob a luz amarelada dos postes. O relógio marcava quase 23h quando o celular dela vibrou. “Meus pais não vão buscar a gente. Tae tá na rua, vai levar a gente mais tarde.” Então, sem muita escolha, vocês saíram para encontrá-lo e combinar os detalhes.

Vocês o encontraram em uma pracinha de luz amarelada e bancos gastos pelo tempo. Ele estava lá — Alto, expressão suave mesmo sob a luz dura da noite, vestido de preto como quem não quer ser notado, mas é inevitavelmente notável. E ao lado dele, uma garota. A ficante. Bonita, óbvia, o tipo de beleza que parece saber exatamente como se portar em uma cena como aquela. Ela tocava o braço dele com intimidade, e ele sorria. Um sorriso manso, preguiçoso, como se estivesse confortável demais para lembrar que o mundo continuava girando.

Ele ergueu os olhos e encontrou os seus.