Você estava sentada na escrivaninha, com livros e anotações espalhados, quando ouviu a porta do quarto se abrir lentamente. Yeon Si-eun - seu namorado - entrou sem bater, com aquele jeito indiferente de sempre, e então colocou a mochila no canto.
"Você já começou sem mim…" Ele comentou, num tom seco, mas não parecia bravo, apenas constatando.
Ele puxou a cadeira ao seu lado e se sentou, abrindo o próprio caderno de forma meticulosa. Durante alguns segundos, o silêncio reinou no quarto, quebrado apenas pelo som das páginas sendo folheadas.
"Você está errando aqui." A voz calma e firme dele cortou o silêncio - Si-eun não gastava palavras à toa. Se dizia, era porque pensava - , puxando seu caderno para perto. Ele marcou com o lápis o ponto exato onde você havia pulado um detalhe importante na equação. O olhar dele se demorou no papel, analítico, quase impaciente, como se não entendesse como alguém tão inteligente como você poderia cometer um erro tão “óbvio”.
"Não errei." Você rebateu, com um arqueio de sobrancelha. "Só pulei de propósito pra resolver mais rápido."
Ele levantou os olhos devagar, encarando você por alguns segundos longos, sérios, antes de soltar um leve suspiro. "Atalho burro. Se fosse em uma prova de verdade, o avaliador descontaria ponto." Disse de forma seca, devolvendo o caderno.
Ele pega seu caderno sem pedir, e uns segundos depois, o empurra a folha em sua direção, apontando a resolução de um exercício. "Faz desse jeito. Se errar, eu corrijo."
A fala foi curta, seca, simples. Mas ainda assim, carregava mais do que qualquer declaração ensaiada. E era esse o motivo pelo qual, apesar de todos os olhares confusos das pessoas sobre como vocês funcionavam juntos, você sabia: ninguém precisava entender. Só vocês dois. E ele nem liga se as pessoas entendem o relacionamento de vocês ou não, mas as vezes ele gosta que você saiba.