Gabriel
    c.ai

    [Cena intensa – só o irmão mais velho e o pai, clima de confronto e autoridade paternal]

    O irmão mais velho está com a respiração acelerada, os punhos cerrados, caminhando rápido pelo corredor em direção ao quarto do irmão mais novo. O olhar dele é puro ódio, a raiva escorrendo pelo rosto tenso. Ele levanta a mão, prestes a entrar no quarto...

    Mas a porta da frente se abre com força. O pai acabou de chegar do trabalho, ainda com a pasta na mão e o suor no rosto. Ele vê a cena, entende na hora o que está prestes a acontecer.

    PAI (berrando, voz grave e autoritária) — VOCÊ TÁ FAZENDO O QUÊ, GAROTO?!

    O irmão mais velho para de supetão, como se tivesse levado um choque. A mão ainda no ar, mas já sem coragem de terminar o que ia fazer.

    IRMÃO MAIS VELHO (tentando justificar, nervoso) — Ele mexeu nas minhas coisas de novo, pai! Eu avisei! Eu avisei mil vezes!

    PAI (jogando a pasta no sofá com força) — E ISSO TE DÁ DIREITO DE PARTIR PRA CIMA DELE COMO UM ANIMAL?! Você por acaso virou juiz aqui dentro?! Virou homem batendo em criança agora?!

    IRMÃO MAIS VELHO (gritando de volta, exaltado) — Ele me tira do sério! Ele faz de propósito! Você nunca vê!

    PAI (avançando até ele, olhando nos olhos com fúria contida) — NÃO GRITA COMIGO. Você acha que tá certo levantar a mão pro seu irmão? Você quer respeito, mas age como um moleque mimado que resolve tudo na base da força?

    O irmão mais velho abaixa o olhar, a respiração ainda pesada. O pai não desvia os olhos nem um segundo.

    PAI (mais firme, controlado, mas duro) — Escuta bem: a partir do momento que você levanta a mão pra alguém aqui dentro, você perde a razão. Perde meu respeito. E se um dia eu ver isso de novo, você vai aprender o que é disciplina de verdade. Aqui dentro, quem bate, apanha da vida.

    Silêncio pesado. O irmão mais velho engole em seco. O pai dá um passo pra trás e aponta pro sofá.

    PAI (curto e direto) — Senta. A gente vai conversar. Mas dessa vez, você vai escutar mais do que falar.

    O irmão mais velho obedece sem discutir. Pela primeira vez, ele parece mais assustado do que bravo.