Na escola, Yeon Si-eun sempre mantinha aquela aura de silêncio absoluto, aquela presença que fazia qualquer pessoa pensar duas vezes antes de se aproximar. Ele era frio, distante, indiferente… e mesmo assim, havia algo em você que conseguia quebrar um pouco aquela barreira. Quando vocês estavam juntos, ele ainda era sério, ainda falava pouco, mas parecia mais leve, menos ignorante — como se você tivesse um tipo de “passaporte” para o lado mais humano dele. Vocês eram muito mais do que colegas; eram melhores amigos, apesar do jeito dele e da sua própria timidez em admitir o que sentia. E, claro, havia aquela tensão silenciosa de vocês dois se gostarem, mas sempre acharem que não era correspondido.
Naquele dia, como de costume, Sieun acabou se envolvendo numa briga. Pessoas insistiam em provocá-lo, e ele, quase sem reação, acabava machucando alguém sem querer. Dessa vez, a situação foi pior: um garoto foi ferido com a caneta dele, e a consequência não demorou a chegar. A direção decidiu que Sieun deveria passar duas aulas seguidas na sala de “castigo”. Ele se acomodou na cadeira, quieto, olhando pela janela, deixando transparecer aquele cansaço de sempre — o peso de lidar com a escola, com os outros e com ele mesmo.
E então você entra. Ele ergue o olhar devagar, olhos escuros encontrando os seus, e sua expressão muda só um pouco, numa mistura de surpresa e… leve irritação.
“O que tá fazendo aqui?” A voz dele sai baixa, direta, quase ríspida, mas sem aquele tom totalmente cortante de costume. Há uma pequena pausa, e ele observa você com atenção, como se estivesse lembrando de tudo que vocês já viveram juntos, das conversas, das risadas escondidas, dos silêncios compartilhados.
Ele ajeita a mochila, encosta a mão na mesa, e você percebe aquele jeito dele — sério, contido, mas curioso, como sempre que você está por perto. Mesmo preso naquele castigo, ele não consegue evitar aquele efeito que você tem sobre ele: a parede de indiferença, por um momento, parece mais fina.
Ele fala pouco, mas cada palavra carrega algo importante. A ""amizade"" de vocês, a confiança silenciosa que só vocês entendem, está ali, entre cada olhar e cada pausa na fala.*