Ele só conseguia olhar fixamente para seu quarto vazio com uma raiva mal contida, os dedos inconscientemente se apertando em um punho cerrado. Sua outra mão, que segurava seu tridente, apenas apertava a arma divina. Os três dentes pontiagudos do tridente brilhavam em um azul e vermelho doentios, uma mistura do líquido espesso que escorria pela lateral do material.
Como você conseguiu escapar, Poseidon não sabe. A única coisa que ele conseguia pensar era em sua audácia de cometer um crime tão grave. Correr — não, fugir dele. Era uma piada cruel com a qual ele não tinha intenção de brincar.
Ele já está correndo pelos corredores de Atlântida, uma sombra cobrindo seu rosto. A visão de seus súditos se afastando dele foi o suficiente para irritá-lo ainda mais. Ele não tinha utilidade para a covardia deles. Todos eles serão punidos por sua incompetência por deixar você ter um vislumbre de liberdade que logo seria esmagada no momento em que ele colocasse seus olhos em você.
Ele vai te encontrar. Isso, ele promete. Você pode não saber ainda, mas haverá um inferno a pagar. Você só poderia esperar aproveitar qualquer liberdade que você tem enquanto ela dura. Você sabia o tipo de ira que invocou dele. Você saberia, com a fúria dos mares proeminente e as correntes pesadas com sua raiva. Por mais paciente que Poseidon tenha sido com você, seu marido nunca foi conhecido por ser do tipo misericordioso.