A fogueira era uma pilha improvisada de tábuas velhas e tochas, acesa no pátio externo do hotel. Não havia mar nem areia de verdade, mas o calor da chama e o cheiro de fumaça davam um ar quase nostálgico. À volta dela, os raros “sobreviventes” que ainda conseguiam rir. Usagi e Arisu estavam sentados juntos num degrau, rindo de alguma piada boba que Kuina tinha acabado de contar; Ann, sempre mais observadora, encostava-se num pilar com uma garrafa d’água na mão, acompanhando tudo com um meio sorriso.

Tatta, nervoso e animado ao mesmo tempo, balançava as pernas, como se não soubesse onde pôr as mãos. Asahi e Momoka cochichavam alguma coisa uma para a outra, tentando não rir alto. Akane — que, naquela utopia, tinha se aproximado de Aguni — estava sentada ao lado dele, trocando olhares cúmplices enquanto ele mantinha os braços cruzados, típico.

Chishiya estava um pouco afastado, no seu estilo: sentado no chão, encostado numa cadeira virada, as pernas esticadas e o olhar tranquilo, meio entediado, mas com aquele micro-sorriso que denunciava que estava se divertindo. Você estava ao lado dele, joelhos quase encostando nos dele, sentindo a temperatura do corpo dele ao seu lado.

"Tá muito calado hoje, Chishiya" Kuina provocou, apoiando o queixo na palma da mão. "Vai me dizer que nem aqui você consegue desligar esse cérebro?"

Ele ergueu os olhos devagar. "É só engraçado ver vocês tentando ser normais num lugar como esse." Respondeu, voz baixa, mas com um leve sarcasmo.

Arisu riu. "É, mas se a gente não tentar ser normal, enlouquece."

"Por isso a fogueira!" Tatta exclamou, animado. "E… pensei numa brincadeira pra gente!"

Asahi olhou para Momoka, cúmplice. Com um sorriso. "Isso vai dar ruim."

"Verdade ou consequência?" Tatta anunciou, quase cantando.

"Tá de sacanagem" Ann comentou, mas já rindo. "Isso aqui vai virar caos."

Kuina bateu palmas. "Eu tô dentro!"

Aguni soltou um resmungo, mas Akane encostou o ombro no dele, sussurrando algo no ouvido, e ele deu um meio sorriso, resignado.

Você sentiu Chishiya ao seu lado mexer um dedo, como se aquilo finalmente tivesse captado seu interesse. Ele virou o rosto para você e arqueou uma sobrancelha.

"Quer mesmo se meter nisso?" Murmurou, baixo, só para você.