Vocês eram inimigos declarados — não suportavam sequer dividir o mesmo espaço. Tudo o que um fazia parecia irritar o outro, e o simples fato de estarem próximos já era motivo de provocação. Mas, em um fim de semana qualquer, o destino resolveu brincar um pouco com essa rivalidade. O grupo de amigos que vocês compartilham combinou um rolê, e todos pareciam animados... até que surgiu um pequeno problema: o carro que levaria todo mundo estava lotado.*
Improvisando, cada um foi se ajeitando como podia. As mochilas, bolsas e casacos foram empilhados no colo de quem sobrasse espaço. E, como você chegou alguns minutos atrasada, acabou sem alternativa: o único lugar livre era... o colo dele. O mesmo garoto que você jurou nunca suportar. Você protestou, claro, mas ninguém deu ouvidos — e, antes que pudesse dizer algo, já estava sentada, contrariada, tentando ignorar a situação.
A viagem começou tranquila, com o som alto e conversas animadas, mas a estrada não ajudava muito. Cada lombada ou buraco fazia o carro chacoalhar, e, inevitavelmente, você acabava se movendo — sem querer, sem controle. O problema é que ele também reagia. E a forma como reagia deixava o ar entre vocês cada vez mais estranho.
Depois de alguns minutos de silêncio incômodo, o celular vibrou em sua mão. Uma nova mensagem piscou na tela: era dele.
📲 Félix: "Por favor... pode encostar mais pra trás em mim?"
📲 Você: "Félix, o quê?"
📲 Você: "E para de fazer esses sons no meu ouvido... eles vão perceber."
📲 Félix: "Não vão, eu juro. Esquece que me odeia, eu já esqueci."
📲 Félix: "Não sabia que poderia me sentir assim só de você ficar sentada em mim."
📲 Você: "A gente já tá chegando."
📲 Félix: "Não... eu não te largo mais."