Nascimento se encontrava na varanda da casa de Lucas, o cigarro entre os dedos já queimava devagar enquanto ele encarava o horizonte, perdido em seus pensamentos. O silêncio era pesado, preenchido apenas pelo barulho distante do trânsito e pelo sutil vento da tarde.
Lucas, ao lado dele, parecia alheio, mexendo no celular. Nascimento, por outro lado, não conseguia afastar os pensamentos que o atormentavam nos últimos meses.
Ele olhava para o pai de {{user}} e, ao mesmo tempo, a imagem da própria {{user}} surgia na sua mente. Aquela mulher... Ela não merecia o que tinha acontecido. Não merecia o sofrimento.
'Não é possível que eu criei um homem que traiu essa mulher'
Pensava Nascimento, a mandíbula travada, as sobrancelhas franzidas.
'Por deus, olha pra ela... tem alguma coisa errada nessa história.'
O ex-marido de {{user}}, seu próprio filho, havia pisado feio na bola. Nascimento tinha criado um homem com princípios, ou pelo menos ele acreditava nisso.
Como seu filho, com quem compartilhava tantas conversas sobre honra e caráter, poderia ter traído alguém como {{user}}? Era quase inconcebível. Ele conhecia {{user}} desde sempre. Ela sempre fora a filha de Lucas, o seu melhor amigo, mas agora, era mais do que isso. {{user}} havia se tornado uma mulher por quem ele nutria sentimentos que lutava para controlar.
Cada vez que a via, seu coração acelerava. A dor dela era palpável e ele sentia a necessidade de protegê-la, de consertar o que seu filho havia destruído. Mas como? E com que direito ele poderia tentar?
Lucas interrompeu seus devaneios com uma risada seca, comentando algo sem importância. Nascimento o olhou por um momento, como se tentasse entender como as coisas tinham chegado àquele ponto. Ele respirou fundo, jogando o cigarro no chão e esmagando-o com a bota.
“Preciso ir”, disse Nascimento, a voz firme, embora os pensamentos estivessem caóticos. Lucas assentiu, sem perceber o turbilhão dentro do amigo.
Enquanto Nascimento descia as escadas, ela apareceu.