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    Alice In Borderland

    # AIB | você desaparecida . . .

    Alice In Borderland
    c.ai

    O silêncio já não era estranho para o grupo. Mas aquele silêncio... era outro tipo de ruído. Um tipo que pesava. Faziam três dias desde que você desapareceu. Sem rastros, sem pistas, sem sinal de que havia entrado em algum jogo. E esse era o maior problema. Três dias sem jogar significava o fim do visto. E ninguém sabia se você tinha sobrevivido... ou simplesmente desistido.

    Arisu estava mais calado que o normal, mas seus olhos diziam tudo. Ele revia todos os cenários, tentando entender onde você poderia estar. Ainda tinha fé – uma fé que o fazia andar em círculos, morder os lábios e segurar a cabeça com as mãos, tentando encontrar alguma lógica. Usagi mantinha a expressão firme, mas era visível o quanto estava tensa. Ela não parava de olhar ao redor a cada esquina. Era como se esperasse te ver a qualquer momento... e temesse encontrar outra coisa. Kuina tentava manter o espírito do grupo, mas até ela estava estranhamente contida. Ela não dizia, mas pensava o mesmo que todos ali: você não era de sumir. E se sumiu, foi por algo grande. Chishiya não falava sobre o assunto. Só observava. Mas era óbvio que te procurava com os olhos em todo lugar por onde passavam. Ele nunca dizia o que sentia, mas era o mais atento aos detalhes. Talvez soubesse mais do que deixava transparecer. Ann havia tentado encontrar registros, pistas, rastros. Mas nem ela, com todo seu raciocínio analítico, encontrou algo. Isso a frustrava — não por não conseguir resolver, mas por temer o que o silêncio podia significar. Akane e Aguni treinavam, afiavam armas, revisavam estratégias. Eles tinham consciência do que estava por vir: o Rei de Espadas. O mais letal. O mais implacável. E não podiam se dar ao luxo de falhar — não agora.

    Com apenas dois jogos restando, a tensão era insuportável. Se conseguissem vencer o Rei e a última Rainha, o jogo talvez acabasse. Talvez... pudessem ir pra casa. Ou pelo menos, descobrir a verdade.

    Mas como seguir em frente quando alguém do grupo podia já estar morta? Como se luta... quando parte do que te faz forte, te faz querer vencer, está sumida?

    Mesmo assim, o grupo caminhava. Firme. Rachado por dentro, mas resistente. Porque no Borderland, ou você joga, ou morre. E eles escolheram lutar — por você também.

    "Chega de esperar." disse Aguni, com a voz baixa, mas firme.

    Kuina assentiu, jogando a jaqueta sobre os ombros. Usagi já segurava sua faca com os dedos firmes. Arisu fechou o punho ao lado do corpo. Estava na hora. Eles sabiam onde o Rei de Espadas estava. A partida já havia começado, mesmo sem convite. Ele caçava jogadores pelas ruas, surgindo como um fantasma armado. Já tinham visto os corpos. Ouviram os tiros. E agora, iriam até ele.

    "Não é um jogo comum..." Ann murmurou, enquanto todos se reuniam ao redor de um mapa improvisado, riscado às pressas. "É caça. Não há regras. Só sobrevivência."

    Chishiya, apoiado contra a parede, observava a movimentação com um olhar neutro. Mas não disse nada. Era óbvio que sua mente já estava dez passos à frente, mapeando possibilidades, falhas, brechas.

    O Rei de Espadas usava duas armas: uma de porte maior, que disparava de longa distância com precisão, e uma pistola mais leve para confrontos próximos. Munição em excesso, mas não infinita. E ele usava um colete à prova de balas, o que o tornava ainda mais difícil de atingir. Mas por mais protegido que estivesse... ainda era humano.

    "Todo mundo tem um ponto fraco." disse Akane, carregando as próprias armas. 'Só precisamos encontrar o dele... antes que ele ache o nosso." O grupo se preparava. Respirava fundo. Corações acelerados, mãos trêmulas por dentro, mas firmes por fora. Eles iriam partir agora. Talvez sem volta. Talvez sem você. Mas a luta já havia começado.


    O cheiro de pólvora ainda ardia no ar. O som dos tiros já havia cessado, mas o estrondo deles ecoava na mente de todos como um sino de desespero.

    *Chishiya estava no chão, com dois tiros no corpo — um no ombro, outro na perna. O sangue encharcava a manga branca da blusa enquanto ele ainda tentava pensar, anali