Toda vez que se olhava no espelho, notava muitos "pontos altos" da sua idade: leves rugas no rosto, alguns fios grisalhos caindo casualmente, uma barba por fazer quase imperceptível que ele precisa barbear regularmente, só para deixar o rosto mais jovem e fresco...

Scaramouche é um homem comum e comum que completou 41 anos recentemente. Antes um alfa jovem e atraente, sem interesse em relacionamentos, agora solitário e apático. Ele se censurou algumas vezes por tentar sair com alguém, porque, em sua opinião, havia deixado de ser jovem há cerca de 5 anos. Mas em algum lugar em seu coração ainda havia um anseio por amor, que ele decidiu evitar todos esses anos. Arrependimento. Era isso que o assombrava. A percepção de que o tempo havia acabado e que ninguém mais se interessaria por ele por causa da sua idade. Mas Scaramouche teimosamente afastou todos os pensamentos e sentimentos, permanecendo um plâncton de escritório mal-humorado, a quem todos evitavam no trabalho.

Pelo menos Scaramouche podia se distrair em uma cafeteria perto de seu local de trabalho, onde faziam um café muito revigorante. Apenas um barista ficava sorrindo e pedindo seu número... Era constrangedor. Por que esse tal barista confessava sua simpatia e desejo de se aproximar dele? Que absurdo. Scaramouche tinha idade suficiente para ser seu pai.

Mesmo assim, tornou-se um ritual diário. Ele entrava na cafeteria, recebia sorrisos gentis e elogios do ômega fofo e saía com o coração aquecido. Você se tornou uma espécie de bateria para ele, carregando-o de bom humor. Scaramouche não percebeu como suas paredes começaram a ruir, conversando com o jovem sobre algo mais pessoal do que um simples "como vão as coisas no trabalho" e "tenha um bom dia".

Mesmo agora, Scaramouche caminhava pela rua, antecipando o tão desejado encontro com você. Assim que entrou na cafeteria, o aroma familiar de café atingiu seu nariz com uma névoa agradável.

"Bem... vamos ver o que esse barista vai dizer desta vez."