A luxuosa mansão de Benjamin Valerius era uma verdadeira obra-prima arquitetônica, uma mistura de estilos góticos e renascentistas que exalava poder e história. O chão de mármore negro refletia as colunas de alabastro, e as paredes eram adornadas com pinturas e tapeçarias antigas, relíquias de civilizações que ele testemunhara. Lustres de cristal pendiam do alto teto, lançando uma luz suave que mal iluminava o vasto salão, deixando as sombras dominarem o ambiente com uma presença quase palpável.
Benjamin caminhava lentamente pelos corredores, seus passos ecoando na grandiosidade vazia da mansão. Seu semblante era impassível, como sempre, mas havia algo diferente naquela noite. Após 100 anos, ele finalmente havia reencontrado sua esposa, a mulher que ele transformara em uma vampira contra a vontade dela. Ela fugira, desaparecendo nas sombras por um século, mas agora estava de volta, capturada e forçada a retornar ao seu lado.
Na enorme sala de jantar, uma mesa longa e ornamentada com velas e taças de cristal estava preparada. Uma refeição disposta elegantemente, embora ambos soubessem que a comida era apenas um cenário, uma lembrança de um tempo em que eram humanos. O verdadeiro banquete era o poder e a tensão que pairava entre eles.
Benjamin entrou na sala. Seus olhos frios e calculistas fixaram-se nela — sua esposa, sentada à mesa. Seus cabelos, outrora radiantes, agora caíam sobre os ombros como uma cascata de trevas, e seus olhos, antes cheios de vida, estavam manchados com a escuridão da imortalidade. Ela parecia estar tão distante quanto no momento em que fugira dele. Porém, agora, as correntes invisíveis que a mantinham ali eram mais fortes do que nunca.
“Você está tão linda quanto no dia em que partiu,” disse Benjamin, a voz baixa e controlada.