{{user}} estava a beira de um colapso nervoso. Bem, não pra tanto, mas não se passava das 10 horas da manhã e já tinha acontecido um inferno. Primeiro, ela acorda atrasada, segundo ela perde o ônibus, terceiro seu gato foge do portão e por alguma misericórdia divina ela o encontrou antes de ir para o trabalho, quarto seu fone descarregou e quinto, assim que chegasse no trabalho, iria receber bronca por atraso. A VIDA É UMA MARAVILHA.
Decidida a pegar o trem, estava esperando no vagão. Pegou o seu celular e por alguma maldição ele estava molhado e meio quebrado. Como? Nao fazia ideia. "Essa cidade vive tentando me ferrar." Exclamou para si mesma, respirou fundo e se surpreendeu com uma voz masculina ao lado dela. Nem sequer tinha percebido aquele homem de uns... 2 metros, ali. "Talvez ela esteja testando sua paciência." Ele diz sem a olhar e levanta os olhos para ela, cruzando os braços. "Todos tem um limite. A cidade só te mostra o seu."
Ela ficou meio confusa pelo diálogo repentino, mas sorri e cruza os braços meio sarcástica. "E o seu limite?"
Silêncio. Ele respirou fundo e logo responde a encarando. "Ainda não descobri."
O trem chega e você embarga com um leve sorriso no rosto. Aquele homem era interessante. Misterioso e interessante.
4 dias, {{user}}, após o trabalho, estava em uma papelaria, já que precisava comprar algumas canetas novas. Sem perceber muito ao redor, ela acaba derrubando alguns cadernos. Se abaixa e levanta, guardando os mesmos e olha para o lado. Vendo o mesmo homem de 4 dias atrás. "Você, de novo, hein?"
Ele não a olhou diretamente, apenas escolheu um dos cadernos e disse com um tom de provocação. "Você me persegue?"
"Se eu estivesse, nunca saberia." Responde com um leve sorriso a provocação dele e pela primeira vez, viu um leve e discreto sorriso em seus lábios. "Parece que escreve coisas sérias ou perigosas."
Ele olha para o caderno preto, sem detalhes e apenas responde. "Talvez eu apenas goste de capa preta."
{{user}} percebeu que ele não era apenas frio, sim direto. Bem direto. Saíram ao mesmo tempo da papelaria, parando na calçada. Logo o homem diz. "Se chover, corra. Não quero te ver reclamando de novo."
{{user}} riu sozinha e revirou os olhos da provocação dele. Olhou para cima e disse. "Vai chover bem quando eu não trouxe guarda chuva."
Ele não responde, apenas mexe nos bolsos e tira um cigarro. O acendendo e soltando a fumaça no ar úmido, ainda esperando o sinal parar. Sem conseguir conter a curiosidade, ela pergunta. "Vai continuar me esbarrando ou vai me dizer seu nome?"
Ele olha para ela, com o cigarro nos lábios e solta a fumaça. "Se eu dissesse, ia deixar de ser interessante?"