Há alguns meses, eu e minha mãe moramos na casa dos Ríos, porque ela se casou com Neimar Ríos, um dos maiores empresários do Brasil e da Colômbia. Além dele, estava Richard, jogador de futebol e filho do empresário. Já era rotina esperar que todos dormissem para eu ir sorrateiramente atrás de comida. Desci na ponta dos pés, segurando o celular perto da orelha; minha melhor amiga estava do outro lado da linha, debochando da minha situação.
— Os ricos não têm nada para comer — disse em tom de deboche, enquanto segurava um pote de sorvete que havia encontrado na geladeira.
Assim que fecho a porta, meu corpo congela. Quase solto um grito de susto. Atrás da porta da geladeira, Richard, filho do meu padrasto, está parado, me olhando. Fico em silêncio, só ouço minha amiga me chamar do outro lado da linha.