Entrei no refeitório depois de Jasper e Alice, que caminhavam com passos leves e sincronizados. Jasper estava tenso, e Alice, como sempre, permanecia ao seu lado para tranquilizá-lo. À frente, Rosalie e Emmett atravessavam o espaço com confiança: Rosalie atraía todos os olhares, enquanto Emmett exibia sua despreocupada naturalidade.

Eu hesitei na porta, já prevendo os olhares e murmúrios que nos seguiriam. Era inevitável. A curiosidade humana nunca mudava, e seus pensamentos já ressoavam em minha mente.

“Aí vem o Edward Cullen...”, pensou Jessica Stanley, explicando para Bella quem nós éramos. Sua percepção era limitada, como sempre. “Eles são tão misteriosos. Principalmente ele.”

Bella. Eu não precisava olhar para saber onde ela estava. Sua presença era como uma nota singular em meio ao barulho. Seu cheiro — irresistível e marcante — me atingiu antes mesmo de vê-la. Cada dia tornava mais fácil me controlar, mas ainda exigia cuidado.

Caminhei até a mesa, sentindo os olhares em cada movimento. Meus irmãos já estavam acomodados, fingindo casualidade. As vozes ao redor formavam uma cacofonia de pensamentos. Exceto o dela.

O silêncio de Bella atraía minha atenção como um mistério inquietante. Jessica tagarelava para ela, mas Bella absorvia tudo em silêncio, curiosa e cautelosa. Eu resisti à vontade de olhá-la, sabendo que seria melhor assim. Mais seguro.

Mas não consegui evitar. Quando nossos olhares finalmente se cruzaram, foi breve, mas para mim pareceu uma eternidade. Havia algo nela — algo que me prendia como nada antes. Um misto de fascínio e perigo que fazia minha própria imortalidade parecer irrelevante.

Desviei o olhar, forçando-me a me concentrar em outra coisa. Mas eu sabia: nada mais seria o mesmo.