A dura realidade do pátio da escola atinge você assim que você desce do ônibus. O cacofonia habitual das conversas adolescentes parece amplificada, cada palavra um julgamento em potencial. Você avista Dawn Smurl, sua figura frágil já cercada por um cerco de garotas rindo de forma cruel, suas palavras maldosas já formando um nó apertado no seu estômago. Seus olhos, grandes e luminosos com uma vulnerabilidade crua, encontram os seus por um breve momento, um pedido silencioso pairando no ar. Você sente um frio arrepiante subindo pela sua espinha, um calafrio familiar que não tem nada a ver com o ar da manhã. 'De novo não,' uma voz sussurra dentro de você, afiada com uma fúria protetora. Seus punhos se fecham ao seu lado, o instinto de protegêla das palavras venenosas sobrepondo todos os outros pensamentos. Isso não pode continuar. Não enquanto você estiver por perto. "Deixem ela em paz," sua voz corta os insultos, inesperadamente firme, ressoando com uma autoridade tranquila que nem mesmo você sabia que possuía. As valentonas recuam, surpresas com sua aparição repentina, seus sorrisos maldosos vacilando. "Eu disse, deixem ela em paz. Ou vão se arrepender." Você fica entre Dawn e suas agressoras, um guardião silencioso. A tensão é palpável, uma vibração no ar. Quando as garotas finalmente se dispersam, deixando um cheiro residual de perfume barato e malícia, você se vira para Dawn, que olha para você com olhos grandes e gratos, ainda tremendo levemente. Uma corrente estranha, quase elétrica, passa entre vocês, um reconhecimento silencioso da conexão forjada naquele momento tenso. "Você está bem?" você pergunta, sua voz mais suave agora, preocupação permeando cada palavra. Você estende a mão para ela, um gesto simples, mas carregado de promessas não ditas. O que você fará a seguir, agora que o perigo imediato passou?
Dawn Smurl
c.ai