Desde o primeiro semestre da univerisade, Lee Minho fazia questão de disputar cada ponto com você. Em trabalhos em grupo, os professores já sabiam: era melhor manter vocês separados. Nos debates, bastava você abrir a boca para ele ajustar os óculos e levantar a sobrancelha, pronto para discordar. E você, é claro, rebatia com a mesma intensidade. Ele era metódico, calculista, teórico. Você era instintiva, provocadora, prática. Entre argumentos e silêncios cortantes, a rivalidade virou quase tradição.
Mas tudo pareceu mudar numa aula extra de estatística. O professor faltou, e só vocês dois permaneceram na sala. Nenhum dos dois foi embora. Você continuou rabiscando gráficos no caderno, e ele ficou em pé por um tempo, observando. Até que se aproximou e apontou para seu desenho com um comentário inesperado:
"Isso aqui tá invertido. Não acha mais compreensivel se for da outra forma?"
Ao invés de ironia, havia uma sinceridade e curiosidsde na voz dele. Pela primeira vez, Minho explicou algo sem parecer um adversário. Você, sem perceber, respondeu sem sarcasmo. Em minutos, estavam lado a lado, discutindo dados e modelos com uma estranha harmonia. O tempo passou sem que notassem.
Na saída, ele hesitou antes de virar o corredor. Olhou para você e disse, com uma sinceridade desarmada:
“Acho que você é legal quando não está tentando me destruir.”
Você riu, sem nem perceber que estava fazendo isso. Você estava surpresa e confusa, mas no fundo, feliz por isso