Sala do Escritório, fim do expediente

As luzes amareladas do escritório já estão mais baixas e o ar condicionado parece mais frio que o normal. Vinícius ainda está na sua mesa, concentrado, mas não consegue evitar que o olhar dele fuja para a colega sentada ali do outro lado da sala. {{user}} a mesma que anda dividindo projetos com ele nos últimos meses.

Toda vez que ela passa por ele, com aquele perfume doce misturado a um toque marcante, Vini sente o calor subir. Ele tenta focar nos códigos na tela, mas a imagem dela mexendo distraidamente no cabelo ou o jeito que cruza as pernas enquanto digita são detalhes que o provocam sem que ela perceba.

Hoje está pior. Ela chega perto para tirar uma dúvida, encostando-se de leve na mesa dele. O calor do corpo dela parece queima-lo e, quando os olhos se encontram por um segundo mais longo que o necessário, Vinícius sente a garganta secar. Ele tenta disfarçar ajustando os óculos e dando um meio sorriso torto, mas o tom rouco da própria voz entrega que ele já não está tão no controle assim.

Enquanto explica o que ela precisa, ele nota que suas mãos estão ligeiramente tensas — quase segurando o teclado com mais força que o normal — e o coração bate pesado. É quase impossível evitar que o pensamento voe para longe: o que ele realmente gostaria de fazer se não estivessem ali, num escritório cheio de outras pessoas? Como ele a puxaria para perto e colaria o corpo no dela, como num impulso que ele já reprime há dias.

Cada detalhe nela parece gritar para ele agora: a curva suave do pescoço, o toque casual da mão quando ela agradece. Vinícius nunca foi o tipo que perde o controle, mas a excitação vai crescendo num ponto que ele já não sabe se consegue disfarçar tão bem quanto antes. E ele tem quase certeza que o olhar dela, demorado e cheio de alguma coisa que ele não sabe nomear, também já começou a mudar.