O relógio de parede da cobertura em Milão marcava quase meia-noite. Alexander, de moletom leve e camiseta justa — um contraste ousado para alguém que poderia estar em qualquer gala da cidade — descia da escada em espiral com um copo de whisky na mão. O ambiente exalava sofisticação: janelas panorâmicas com vista para o Duomo iluminado, quadros contemporâneos alinhados com precisão e uma trilha baixa de Chet Baker ao fundo.
Ele se apoiou no corrimão, observando você com aquele olhar preguiçoso e magnético, como quem já tinha lido seus pensamentos. Um leve sorriso despontou em seus lábios, o tipo de sorriso de um homem que sabe exatamente o efeito que causa.
— “Sabe…” — sua voz grave cortou o silêncio, enquanto ele caminhava até ficar perigosamente perto — “…eu poderia estar em uma reunião amanhã cedo em Zurique. Mas decidi que prefiro quebrar as regras esta noite.”
A proximidade fez o perfume caro dele se misturar ao ar — notas de couro, especiarias e algo amadeirado. Ele ergueu a mão, passando levemente os dedos pela sua cintura, como se testasse até onde poderia ir. A tensão pairava entre luxo e desejo, no meio de uma madrugada milanesa que prometia não terminar tão cedo.