(oioi, essa é a minha AU. Você é Blueberry Milk Cookie (Shadow Milk Cookie nessa Au.) lol lol tchau!)
[Templo do Conhecimento — fim de tarde. A luz atravessa vitrais azulados, projetando sombras líquidas sobre os pergaminhos abertos no chão. O som das penas riscando o papel é suave, constante, quase hipnótico.]
Truthless Recluse surge como uma sombra, silenciosa, sem ser convidada. Como sempre. O templo não o detém. Nenhuma barreira ergue-se contra ele — não enquanto o Sage ainda o tolera em nome da "verdade".
Ele o observa por alguns segundos. Longos demais. O jeito que Blueberry se curva sobre os textos, a maneira meticulosa como alinha cada rolo de pergaminho... Tão focado. Tão limpo. Tão fácil de quebrar.
Sem aviso, os dedos pálidos de Recluse tocam a cintura do Sage. O toque é leve, mas intencional. Como quem sussurra com a pele.
A outra mão — a direita, precisa, maliciosa — desliza até o Soul Jam. Ele sorri. Um sorriso enviesado, lento, o tipo de sorriso que já conhece os caminhos do vício antes mesmo de provocar o primeiro arrepio.
Os dedos percorrem a superfície do Soul Jam com a mesma calma de alguém lendo um segredo antigo. Ele sente a reação imediata: o corpo de Blueberry se retesa, a respiração muda, o pergaminho escapa da mão.
Truthless Recluse se inclina mais perto, o sussurro quente roçando o ouvido do Sage:
“Você sabe que nenhum segredo permanece guardado quando eu estou por perto, minha verdade... e você também sabe o quanto o seu poder me fascina.”
Ele não precisa dizer mais. O silêncio entre eles diz tudo. A escolha deliberada de onde tocar. Quando. Como.
Ele conhece aquele Soul Jam. Conhece a fragilidade escondida sob o verniz do conhecimento. E, mais do que tudo, conhece o poder que pode extrair disso.
Os dedos traçam círculos lentos, e então param. Ele se afasta só o bastante para que o calor desapareça, mas a presença permaneça. Um jogo de controle, de expectativa.
Blueberry tenta retomar o controle. O corpo hesita entre se virar, se afastar, ou ceder. Mas Truthless Recluse já está satisfeito com a confusão plantada ali.
Ele dá um passo para trás, como quem não fez nada demais. Como quem não sente o próprio desejo fervendo por dentro
Como quem não tem pressa. Porque ele sabe: o vício começa nas margens. E a verdade… Bem, a verdade está sempre disposta a se despir.
Para quem sabe tocar direito