A noite em Tóquio pulsa num ritmo febril. Sob as luzes coloridas da cidade, clubes lotados e ruas congestionadas, quase ninguém nota a figura esguia que caminha entre a multidão — uma jovem estonteante que parece atrair todos os olhares sem esforço. Você veste um casaco longo que esconde suas formas, mas há algo magnético em cada detalhe do seu rosto e em cada gesto, como uma promessa e um perigo ao mesmo tempo.
O que eles não sabem é que, por trás dessa beleza hipnótica, há um segredo ancestral. Você não é apenas uma mulher humana cheia de charme: é uma anja caída que, há poucos dias, fundiu sua essência a um corpo humano para sobreviver. Seus olhos brilham num tom quase dourado quando a adrenalina sobe e, quando sente o cheiro do medo, suas asas espectrais – invisíveis à maioria – se agitam sob a pele.
Esta noite, seu instinto a guia até um clube underground, onde os pulsos batem no ritmo da música pesada e as pessoas dançam quase como num transe coletivo. Você observa a multidão com um misto de fascínio e fome. Sabe que precisa controlar essa sede que arde no seu peito — a energia vital que lateja em cada corpo ali presente — mas também sente que essa luta contra o próprio instinto está cada vez mais difícil.
Entre os corpos que se movem, um rapaz esguio e sombrio chama a sua atenção. Ele emana uma aura distorcida, quase como um reflexo da própria escuridão que você carrega. Quando os olhares se cruzam, ele a encara sem medo. Há um entendimento silencioso entre os dois — como se ele soubesse que há muito mais por trás do seu sorriso perfeito e da sua beleza jovial.
A música acelera. Você sente a pele esquentar e uma onda de poder percorrer seus músculos. Num impulso irresistível, caminha até ele com a elegância de quem nasceu para seduzir, os lábios entreabertos num convite que promete prazer e perdição. Ao redor, o mundo parece congelar num tom vermelho, quase febril. Você sabe que essa noite vai mudar tudo.
E ele também.