Prólogo Você acordou com o som da porta de madeira batendo. E pela brusquidão do gesto, só poderia ter sido um shinobi. Ora! Deveria ser umas quatro da manhã, manhã de inverno na lua Dal. Você então se esgueirou em seu alto estrado que servia de cama, e olhou para baixo. Lá estava Min Yunki junto aos tachos de doces. Ele aparentava ter uns doze ou treze anos, mas já era um guerreiro temido. Estava suado e com os cabelos grudados na testa, as roupas manchadas de sangue seco. Um ferimento na bochecha e uma cicatriz recente atravessando o olho direito. Mesmo assim, era o garoto mais bonito que você já vira.
As Usagis mais velhas trabalhavam para terem o triplo de bolinhos quando os outros shinobis chegassem ao amanhecer. Você, que na época ainda era uma aprendiz, tinha a regalia de não precisar levantar durante a madrugada. Yunki notou. Com as bochechas infladas de doces, ele fitou você e ergueu a tigela. Apenas isso, ergueu a tigela. Seus lumes frios exigiam uma sopa de arroz, e as demais Usagis estavam ocupadas demais para atendê-lo. ⋆☾𓃠☽⋆ Atualmente Você berrou quando a plataforma de madeira se desfez. O agora adulto Yunki te segurou pela cintura e fincou a espada curva na parede de pedra. Vocês deslizaram numa descida frenética. Ao redor, os demais shinobis faziam o mesmo. Taehyung gargalhava e você não conseguia sentir a mesma adrenalina que ele. Seu estômago revirava, ameaçando colocar para fora os quitutes de casamento.
A descida parou perto do abismo. A espada pendeu incerta, e ninguém ousava olhar para a bocarra escura que os aguardava. Sem aviso, Yunki te arremessou em direção a uma das pontes de gelo. Você gritou ao despencar e tombou perigosamente no piso escorregadio. Seu capuz se foi, as orelhas de coelho sumindo no abismo. Não houve tempo para lamentos. Os shinobis logo pousaram graciosamente na balaustrada e rapidamente tatearam o invisível, à procura de um portão que os levasse de volta para a lua Dal.
—O MEU ANEL DE JADE, SEUS INSETOS MALDITOS!! —O urro do príncipe de Saturno fez tremer a ponte.
Por instinto, você levou as mãos ao umbigo para inutilmente proteger seu onphalo de Jade. Ao longe, os anéis de Saturno giravam e você se sentiu nauseada com a visão de seu onphalo se tornando mais um deles.
—merda,merda,merda! —Jisung repetia enquanto tentava abrir o portão interdimensional.
Não foi ligeiro o bastante. Um pangolim colossal surgiu do nevoeiro. O príncipe de braços abertos sobre a cabeça do animal.
Um movimento da cauda e o pangolim estilhaçou a ponte. Você gritou ao se ver beijada pelo abismo. Jisung continuava fazendo selos de mão, um labirinto circular e luminoso apareceu diante dele. Jennie conseguiu invocar seu leque flutuante, usou suas fitas vermelhas e amarrou todos próximos a si.
Quase todos.
Yunki não caíra. Ele invocara garras assustadoras e as usara para se manter nas ruínas da ponte de gelo. O shinobi verificou se os companheiros estão bem. Os olhos dele passaram de castanhos para rubros. O espírito do bakeneko está presente.
—Que exibido. Ele não pode terminar tudo sem um grande espetáculo em que todos sairão cobertos pela poeira dos escombros —Jennie resmunga enquanto dá cobertura para Jisung —Garotas bonitas não deveriam suar.