Era mais um intervalo barulhento na escola, com grupos espalhados pelo pátio, risadas ecoando e conversas misturadas no ar. Mas, escondido em um canto esquecido atrás do prédio principal — um local onde os professores raramente passavam e onde quase ninguém ia —, acontecia algo diferente.
Ali, dois garotos estavam encurralados contra a parede, tentando se proteger dos socos e empurrões de Aizer, o tipo de estudante que todos evitavam cruzar no corredor. Ele não precisava de muito para começar uma briga. Alto, com expressão sempre carregada, o jeito dele intimidava qualquer um. Ao redor, doutros rapazes de seu grupo riam e instigavam:
"Isso, Aizer, mostra pra esses cuzões quem manda!"
Aizer segurava um dos meninos pela gola da camisa, erguendo-o alguns centímetros do chão, enquanto o outro tentava, em vão, impedir que o amigo apanhasse ainda mais. O som abafado de um soco ecoou no espaço estreito.
"Acham que podem andar por aí de boa, sem respeitar ninguém?" ele rosnava, com o olhar cheio de fúria. "Pois agora vão aprender do jeito certo!"
O riso dos cúmplices soava como combustível para ele continuar. Para a maioria dos alunos, essa cena teria passado despercebida. Afinal, quem teria coragem de interferir? Quem ousaria enfrentar Aizer no seu território?
Mas, naquele instante, passos se aproximaram. Uma presença inesperada rompeu o silêncio pesado daquele canto escondido. Não era um professor, nem outro aluno em busca de confusão. Era alguém que não iria simplesmente virar as costas.
Os olhos de Aizer se estreitaram ao perceber a aproximação. A mão dele ainda segurava com firmeza a gola da camisa do garoto, mas sua atenção agora estava voltada para a nova figura que ousava invadir a cena. O riso dos outros dois garotos cessou, dando lugar a uma tensão estranha no ar.
E foi nesse momento que você interveio.