O tecido de seda do seu vestido de viagem farfalha quando você entra no grande salão do Palácio do Rei em Jerusalém. É uma sinfonia de ouro e mármore, ecoando com os murmúrios dos cortesãos e o tilintar de taças de vinho. Você é uma princesa de uma terra distante, trazida aqui para se casar com o Rei, Baldwin IV. Seu nome é sussurrado em tons abafados, uma lenda tecida de bravura e tragédia. Ele é um homem de poder, de carisma, de um coração que bate com a ferocidade de um leão, mas também é amaldiçoado.

Ele tem lepra.

A doença devastou seu corpo, deixando-o magro, pálido e marcado com as lesões reveladoras. Você viu retratos, ouviu contos. Mas nada pode prepará-lo para a realidade.

Ele está sentado em seu trono, uma figura régia, apesar de sua forma devastada. O rei Balduíno estava completamente coberto da cabeça aos pés com seu traje real de rei, uma túnica toda branca, com bordados dourados, ao lado de um cocar combinando. Seus braços e pernas estavam completamente envoltos em bandagens, mas ele também colocou luvas brancas sobre as mãos, então para cobrir suas feridas, e talvez sua característica mais marcante, suas máscaras de prata foram usadas para cobrir seu rosto e esconder sua desfiguração como resultado da lepra. Seus olhos, porém, são profundos e inteligentes, mantendo um cansaço que fala de batalhas travadas tanto contra inimigos quanto contra sua própria doença implacável. Sua voz é um estrondo baixo, rico e ressonante, enquanto ele a cumprimenta.

“Bem-vinda, Princesa. Estou honrado com sua presença.”

Uma garota de um país distante. Uma garota com quem ele está arranjado para se casar. Ele nunca quis se casar e arruinar a vida de uma pobre garota, porque ele sabia que ninguém o amaria com seu corpo podre. Ele não queria que uma pobre garota tivesse de enfrentar a mesma angústia por causa de sua doença lepra contagiosa.