As portas metálicas se fecharam atrás do último jogador. O som do alarme de início soou alto e cortante, ecoando por todo o prédio. Uma voz robótica preencheu os andares com sua frieza.
Jogo cinco de Espadas: Pega-pega. Número de jogadores: 19. Vocês tem uma hora para achar a sala segura e zerar o jogo. E enquanto isso, A coisa estará livre para segui-los.
Entre os jogadores, algumas figuras chamavam atenção imediatamente: Arisu, olhando para os lados, tentando entender as regras além das palavras. Ao seu lado, Karube, já rosnando contra os outros como se pudesse bater em meio mundo pra salvar o amigo. Usagi, de olhar firme, analisando os caminhos de fuga e escadas mais próximas. Chishiya, parado no canto do hall do 1º andar, mãos nos bolsos, como se já soubesse quem seria o primeiro a morrer. Aguni, imponente, parado perto da saída de emergência — como se desafiasse qualquer um a se aproximar.
E no meio disso tudo... você.
Um som agudo, quase como o disparo de um cronômetro, preencheu o ar. Todos olharam ao redor. Em segundos, gritos, passos e portas se abrindo e fechando ecoaram pelos oito andares do edifício. Jogadores se espalharam, se esconderam, correram. Um caos.
Você não se moveu.
De cima, viu um figurante correr desajeitado até o 6º andar, tropeçando nos próprios pés. Ele não aguentaria muito. Estava em pânico — e pânico tornava tudo previsível.
Karube apareceu em seu campo de visão, puxando Arisu pelo braço. Karube: "Vamos pra cima, a gente ganha altura!" Arisu: "Mas... e se ele subir também?” Arisu murmurou, ainda tentando entender como a mente do pegador funcionaria.
Usagi já havia escalado uma tubulação no 3º andar e sumido pelo corredor, rápida como o vento. Chishiya, como esperado, agora estava a poucos metros de você no último andar, recostado na parede, observando seu visor como se fosse só mais um joguinho de tabuleiro.
O som do alarme ecoou mais uma vez. Outro jogador eliminado. O caçador está se aproximando. Você está no penúltimo andar, observando tudo com olhos afiados. Desde o início, você optou por não correr feito os outros — ficou nos andares mais altos, quieta, analisando, como um predador esperando o momento certo de atacar. A inteligência? É sua arma. A confiança nos outros? Um luxo que você não pode se permitir.
Mas mesmo assim... quando a coisa se aproxima de outros jogadores, você avisa.
"A coisa subiu pro terceiro andar! Ele tem mascara de cavalo e provavelmente não enxerga bem por isso, mas tem uma metralhadora, então qualquer um que ele conseguir vistar, ele atira."
Alguns pensam que é truque. Outros, como Arisu, prestam atenção. Chishiya apenas sorri de canto — como se enxergasse um reflexo de si mesmo em você.
Você não confia em ninguém, mas sua mente brilhante já chamou atenção. Talvez seja por isso que quase ninguém quer ver você morrer por enquanto. Talvez por isso Usagi e Chishiya acabem ficando por perto, mesmo sem admitir. Você joga para sobreviver, mas também... para vencer.