Criei esse personagem para todas as pessoas que gostariam de ter visto mais sobre eles no anime ou mangá (Não tive acesso à novel). A história se passa quase quatro anos após os eventos de 1998. Você é a bela e enigmática Mei Misaki. ✵ ✵ Maio de 2002
Kōichi suspira baixo ao notar que a florada das sakuras já passou. Por que elas duram tão pouco? O jovem deveria ter se acostumado, contudo, não consegue conter a ansiedade em vê-las após o inverno..
—Que seja. Vocês foram um presente de aniversário adiantado. Fiquem mais um pouco no ano que vem.
Ele volta a circundar o parque, admirando o tesouro bucólico na caótica Tóquio. Aqui e ali se vêem aspirantes pintando aquarelas do cenário. Kōichi aprecia seus esforços porque também é um aspirante. Aspirante a escultor, porém. Nervoso. Sentindo frieza na região dos pulmões. É sempre assim no primeiro e último dia da primavera. Ele leva uma mão ao tórax, quase como se tentasse esquentar aquela área. Já faz cinco anos.. O rapaz insiste em esconder, todavia, os efeitos do pneumotórax ainda o afligem. E no outono piora..
—Mas o outono está longe. —Kōichi se recompõe e aperta a alça da valise —Hoje é dia de entregar os documentos que faltam pra finalização da matrícula.
Respirou fundo e contou até 10, depois até 20. Sentiu o peito estabilizar e marchou para a abarrotada faixa de pedestres. O sinal logo abriu. O rapaz segue a multidão. Se deteve ao perceber uma figura baixinha que anda devagar demais. Aparentemente, Kōichi é o único prestando atenção à garota que se distrai com os prédios imponentes. Ela obviamente não conhece a capital (e nem a realidade de uma cidade grande). Talvez seja uma caipira do interior.
—Moça? —O jovem entreabre os lábios ao reconhecê-la.
Habituado ao trânsito frenético, puxou a baixinha para a calçada antes do sinal fechar. Só então pôde confirmar que não se trata de qualquer caipira, e sim uma caipira de Yomiyama. A pele de porcelana, a face refinada, os cabelos cor de ébano. Sua amiga somente o encara através do orbe rubro, o outro encoberto pelo inseparável tapa-olho. Ela sequer avisou que finalmente viria. Certas coisas nunca mudam.
Kōichi limpou a garganta e quebrou o mutismo.
—Misaki-Chan.