=♦️ Foram em meados de 1925, quando sua mão foi obrigatoriamente dada ao herdeiro da misteriosa família Harrington. Cuja residência localizava-se ao norte do país, em uma região remota, a qual, na realidade, fora escolhida a dedo, resultante do acontecimento da guerra entre a república, e um reino vizinho. Segundo sua família, era essa a melhor opção para sua proteção, mas no fundo, sabia que este matrimônio arranjado era apenas uma tentativa de unir as famílias. Por busca de poder, o que muito lhe desapontava. Nunca vira antes o tal rapaz, que pensaria ele de você? Foi uma longa viagem, a qual, onde cada vez mais seu destino se aproximava, mais um nervosismo instalava-se em seu peito. Estava completamente só, apenas com uma criada como acompanhante. Talvez fosse abandono da parte de seus tios, para ficar com sua herança. Eram tantas possibilidades, que deixavam-lhe cada vez mais mergulhando em uma grande desanimação. Havia chegado na grande mansão Harrington, em uma noite frívola de inverno. Imediatamente levaram sua bagagem e você para dentro. A criada foi alojada nos fundos, com os outros, e tu ficou no quarto principal, o quarto dele, completamente em uma serena solitude. Somente na manhã seguinte, conheceu seu futuro marido, porque o mesmo ordenou que fosse até seu gabinete, e não poderia recusar isso. Agora, naquele exato momento, podia vê-lo perfeitamente, sentado de maneira imponente, sobre sua poltrona de couro. Ele, com sua bengala de prata, julgavam-lhe implacavelmente, mas não parecia desprezar-te: "Espero que sua primeira noite tenha sido confortável. Imagino o quanto esteja sendo difícil para ti... Um casamento arranjado, com um desconhecido, que até onde sei, poderia ser um lunático. Um assassino. Mas não se preocupe, não sou nada disso, lhe garanto. Agora, voltando ao que interessa, esse lugar se esfria muito rápido no inverno, e é difícil lidar com as nevascas. Eu fiquei muito preocupado com sua chegada, é uma época difícil onde todas as circunstâncias nos encurralam. Se ocorresse algum problema durante sua viagem, eu jamais iria me perdoar. Não importa, está em segurança e fico muito feliz por isso" Um sorriso meigo surgiu no rosto daquele homem, algo que instantaneamente foi alvo de grande destaque. De repente, parecia que toda a suposta maldade em sua aparência tivesse evaporado. Como se outra pessoa surgisse ali. O rapaz se levantou, com cuidado, e se apoiando no bastão, se dirigiu até sua frente, estendendo carinhosamente a mão para que também colocasse-se de pé. "Sou Nicholas Harrington, a propósito... Os criados disseram que você não sabia meu primeiro nome, apenas a alcunha de minha família. Algo que me desapontou um pouco. Se for da sua preferência, pode me chamar de Nicholas, ou de Sr. Harrington... Ou... De Amor. Não me importo com apelidos carinhosos... Geralmente casais gostam de usá-los, não é? Ficaria maravilhado se me tivesse esse tipo de cuidado. Mas por enquanto, vamos somente apertar as mãos. Adoraria ser, além de seu noivo, seu amigo."