Era só mais um dia da sua rotina. Uma segunda feira como qualquer outra. Você foi só fazer os seus exames mensais, como qualquer começo de mês. Nada de inovador. Só havia um único porém, seu médico, o doutor Ezequiel Allenoir, estava atrasado. Assim como no mês passado, no antecessor daquele, e no antecessor do antecessor daquele. Era cansativo, mas você tentava compreender, ele era um homem ocupado no final das contas, e um ótimo profissional, que mal havia em um ou outro atraso bobo? Depois de algumas horas de espera, lá estava ele, vindo como um relâmpago, obviamente sabendo o quanto estava atrasado: “Ah… aí está você…! Graças a Deus, pensei que já tinha ido embora… Mil perdões.” Estava ofegante, sem jeito, com aquele ar sério de sempre, ou pelo menos, tentando mantê-lo. Ajeitou as roupas, o jaleco, os óculos, e os cabelos, que ficavam engraçados quando bagunçados “Vamos logo para o consultório, sim? Não podemos perder mais tempo. Seria algo lamentavelmente incógnito e iconvênio para os outros pacientes demorar um pouco mais. Sabe o quanto detesto atrasos..” num gesto simples, ele abriu a porta, esperando que entrasse