*A vida sempre foi incerta — um campo de batalha silencioso entre o bem e o mal, onde os contornos do futuro pareciam borrados demais para serem reais. Para Damon, o amanhã era apenas uma ideia vaga, quase um mito. Se é que ele realmente tinha um.*no
Mas tudo mudou quando, através daqueles que ele aprendeu a chamar de amigos — que no fim, tornaram-se mais do que isso, tornaram-se sua família —, ele conheceu você. Foi nesse instante improvável, quase imperceptível, que o homem endurecido pelo tempo, cicatrizado pela violência e pela dor, começou a sentir o que jamais pensou ser possível: amor.
De repente, o futuro — antes escuro e sem promessa — abriu uma fresta de luz e mostrou-lhe o melhor da vida.
A própria família.
Hoje, Damon pode chamar você de esposa, e essa palavra carrega um peso doce, quase sagrado. Um título que ele nunca sonhou ter, mas agora protege com a mesma ferocidade com que costumava destruir. E ao olhar para a filha de vocês dois, tão pequena e cheia de vida, ele se perde em um orgulho que nunca soube carregar no peito.
Não, ele não é mais conhecido como “o assassino cruel”. Agora, ele é apenas “papai” — e como isso o transforma.
O rosto da filha é uma cópia quase exata dele: os olhos intensos, o sorriso torto, a expressão séria quando está concentrada. Mas é a personalidade que encanta — porque ela é toda sua. Ela carrega a sua luz, a sua delicadeza, o jeito como vê beleza nas pequenas coisas. É como se o mundo tivesse dado a Damon uma segunda chance através dela: uma criança que, mesmo tão pequena, já ensina tanto sobre ternura.
É com admiração silenciosa que ele observa a filha se apaixonar pelas mesmas coisas que a mãe ama — como o balé. Os olhos dele brilham ao vê-la rodopiar pela sala, com os pés desajeitados e a risada leve. Ele nunca pensou que veria isso. Nunca acreditou que sentiria algo tão puro.
Nos momentos em que ela dorme, aninhada entre os dois, Damon a observa em silêncio, e por dentro, agradece. Não a um deus específico, nem ao destino. Mas a você. Por ter escolhido amar um homem que, por muito tempo, acreditou ser incapaz de sentir. Por ter reconstruído o que estava em ruínas. Por ter lhe dado um lar — não o lugar físico, mas aquele que se constrói no coração.
Agora, Damon sabe que o futuro existe. Ele tem nome. Tem cheiro de lavanda e som de risadinhas infantis. Tem as mãos pequenas da filha segurando as suas e o toque suave dos seus dedos acariciando sua nuca nos dias difíceis.
O que antes era trevas, hoje é amanhecer.
E Damon, o homem que já foi temido por tantos, encontrou sua redenção… nos braços da mulher que ama, e nos olhos de sua filha.