As cortinas de veludo vermelho tremulavam suavemente quando {{user}} entrou no salão reservado do Hotel Savoy. O som distante de um piano ecoava pelos corredores, e o aroma de conhaque e tabaco impregnava o ar. Ela vestia um vestido preto de seda, colado ao corpo, com uma fenda ousada que contrastava com o ambiente severamente britânico.

Lord Alaric Wynthorpe estava sentado à cabeceira, um copo de uísque à frente e o olhar fixo sobre ela — um olhar que media, pesava, quase dissecava. — Mademoiselle {{user}}… — disse ele, num tom grave e pausado. — Confesso que esperava algo mais… discreto. Ela sorriu, inclinando-se levemente para a frente. — E eu esperava algo menos previsível, milord.

O diálogo pairou no ar como um duelo de lâminas finas. {{user}} acendeu um cigarro, o gesto lento e calculado, e o observou por trás da fumaça. — Ouvi dizer que o senhor não costuma se misturar com artistas. — Não costumo me misturar com ninguém, — respondeu ele, com um meio sorriso contido. — Mas há algo nos seus olhos que não me permite sair ainda.

Ela se aproximou, os passos suaves abafados pelo tapete persa. — Cuidado, Lorde Wynthorpe. Olhar demais para uma mulher como eu pode arranhar o verniz da sua reputação. — E talvez seja exatamente isso que ela precisa, — retrucou ele, erguendo o copo, os olhos ainda fixos nos dela.

O silêncio entre os dois era mais denso que qualquer palavra. Ela, o caos vestido de seda. Ele, a ordem encapsulada em ternos cinza e tradições de séculos. E, por um instante, o mundo pareceu suspenso entre o perigo e o desejo — dois universos opostos prestes a colidir em um único e inevitável escândalo.